Srila Bhaktivedanta Narayana Goswami Maharaja: o Bhakta-bandhava (amigo dos devotos).


  
 É o fundador-acharya da Sociedade Internacional de Bhakti Yoga Pura, reconhecido como um associado eterno de Sri Sri Radha-Krishna e Sri Chaitanya Mahaprabhu. 

 Discípulo de Srimad Bhakti Prajnana Kesava Goswami Maharaja, um dos mais proeminentes discípulos de Srimad Bhaktisiddhanta Sarasvati Prabhupada, costumava dizer que seu mestre espiritual havia aparecido neste mundo para atender às necessidades de Sri Sri Radha-Krishna, Gaura-Nityananda Prabhu e Sri Gaura-Gadadhara, bem como ajudar todas as almas condicionadas a sair da prisão do mundo material. 

 Srimad Bhakti Prajnana Kesava Goswami Maharaja
Casa onde ele nasceu
   
 Nascido em 16 de fevereiro de 1921, no vilarejo de Tewaripur, localizado próximo às margens do rio Ganges, em Bihar, Índia, sob o nome de Sriman Narayana Tiwari, era filho do Pandita Balesvarnath Tiwari e de  Srimati Laksmi-devi, ambos devotos da Sri Sampradaya e iniciados de acordo com todas as regras e regulações e também peritos nas escrituras.

O quarto onde ele nasceu
O Senhor Rama
 Desde sua tenra infância, Srila Narayana Goswami Maharaja frequentava festivais religiosos e sentia avidez em ouvir as escrituras sagradas. Nutria grande afeição pelo Senhor Ramacandra (um dos avataras de Vishnu) e cantava “Rama, Rama” onde quer que fosse.
 Sempre se destacou nos estudos e esportes, chegando a ganhar um prêmio em um debate de sânscrito. Esse prêmio foi o livro “A história da vida e preceitos de Nimbarka Vaisnavacharya”, cuja leitura o fez adquirir o gosto pelos Santos Nomes de Krishna. Foi também em uma aula de história na escola em que ele estudava que leu uma breve descrição sobre Sri Chaitanya Mahaprabhu, o que o deixou bastante impressionado.
 Antes de aceitar a vida renunciada, casou-se e conquistou uma boa posição no departamento de polícia, onde três anos depois encontrou pela primeira vez os devotos Sri Srimad Narottamananda brahmacariji, Sri Srimad Bhakti-kusala Nrsimha Maharaja, e Sri Radhanatha dasa (que mais tarde se tornou Srila Bhaktivedanta Trivikrama Maharaja) da Sri Gaudiya Vedanta Samiti.

 Por sete dias ouviu tópicos sobre a Consciência de Krishna dos lábios de Sri Narottamananda brahmacariji, o que o fez renunciar internamente em seu coração a vida material e a ter o desejo de dedicar-se completamente na devoção a Krishna.

 Apesar dos contratempos na sua vida profissional, especialmente porque havia acabado de ser promovido, Srila Narayana Maharaja convenceu o seu superior a deixá-lo partir sob a justificativa de que abriria o seu próprio negócio, mas na verdade, ele partiria rumo a um objetivo muito mais elevado: o encontro com seu mestre espiritual em Sri Navadwipa-dhama. 



  Embora tenha chegado tarde da noite em Navadwipa-dhama e não tivesse o endereço do local em que ficaria,  Srila Vamana Goswami Maharaja e mais outro brahmachari o estavam esperando, o que lhe causou grande felicidade. Então, encontrou-se novamente com Narottamananda brahmacariji, conheceu seu mestre espiritual e muitos outros vaishnavas que se tornariam sua família.

  Pouco tempo depois recebeu ambas as iniciações harinama e diksa e o nome de Sri Gaura Narayana. Posteriormente, recebeu de seu Gurudeva o título de Bhakta-bandhava (amigo dos devotos), devido ao fato de estar sempre servindo amavelmente todos os vaishnavas. Característica essa bastante notável ao longo de sua existência neste plano material. 

  Sempre muito doce e amoroso com todos aqueles que se aproximavam, fazia todos se sentirem especiais ao ter sua associação.


Srila Narayana Goswami Maharaja e Srila Bhakti Pramode Puri Maharaja
   Logo após a iniciação, tornou-se servo pessoal de seu Gurudeva, sendo responsável pela cozinha e pela lavagem de suas roupas. Sob suas instruções, também serviu pessoalmente Srila Bhakti Pramode Puri Maharaja, discípulo de Sri Srimad Bhaktisiddhanta Sarasvati Prabhupada.


  Na ocasião do Gaura Purnima de 1952, adentrou a sagrada ordem de sannyasa, onde começou a sua vida de pregador.

  Mantinha um relacionamento bastante íntimo com o discípulo de Sri Srimad Bhaktisiddhanta Sarasvati Prabhupada, Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Maharaja Prabhupada, notório pregador do Gaudiya Vaisnavismo no Ocidente e Fundador-acharya da Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna (ISKCON), a quem considerava seu siksha guru, bem como seu amigo. 

   Srila Narayana Goswami Maharaja enviou a primeira mrdanga e karatalas para Swami Maharaja usar nos seus primeiros sankirtanas na América. Ele tinha plena confiança em Srila Narayana Goswami Maharaja e por isso pediu a ele que ajudasse seus discípulos a entender a profundidade da filosofia Gaudiya Vaisnava da linha de Srila Rupa Goswami, bem como realizar os ritos finais da cerimônia de samadhi. Por considerá-lo seu siksha guru, humildemente aceitou seu pedido e o honrou até a sua partida.


  Sua pureza era sua força, sua força era sua misericórdia e sua misericórdia era sua doçura ilimitada e amor irrestrito por todos. Seu empenho em distribuir o prema de Sri Chaitanya Mahaprabhu despertou bhakti em centenas de milhares de pessoas. E para isso, não poupou esforços, viajou por mais de vinte vezes ao redor do mundo, traduziu e escreveu dezenas de livros, organizou festivais, doou a sua própria saúde em benefício daqueles que considerava seus filhos e família.
 Em 29 de dezembro de 2010, Srila Narayana Goswami Maharaja entrou em nitya-lila (passatempos eternos) em Jagannatha Puri. Seu corpo transcendental se encontra no templo Sri Keshavaji Gaudiya Math, em Navadwipa-dhama.


A história do aparecimento de Tulasi.


 
Vrnda Devi
  Conta-se, no Brahma-vaivarta-Purana, que um dia surgiu um conflito no mundo espiritual. 
Nessa ocasião Vṛndā-devī (Tulasi) pareceu estar tendo muita intimidade com Śrī Kṛṣṇa e Śrī Rādhā ficou brava e amaldiçoou-a a cair no mundo material. Vindo ao mundo material Vṛndā-devī devotou-se unicamente a um objetivo: ter Kṛṣṇa como seu esposo. Ela começou a praticar austeridades severas com a ideia de que poderia ser abençoada e ter seu desejo satisfeito.

 Tulasī, desta forma, foi para os Himalaias onde permaneceu por 10.000 anos. Nos primeiros 3.000 anos ela apenas se alimentou de frutas e folhas. Nos próximos 2.000 anos só comeu o que caia por perto dela. A seguir, por 4.000 anos somente bebeu água. Então, por 1.000 anos somente viveu de ar. Após esses 10.000 anos, o Senhor Brahmā, o criador do presente Universo, se manifestou para ela e indagou sobre o que desejava.
Sudama e Krsna
 
 Ela respondeu a Brahmā que a única benção desejada era ter o Senhor Kṛṣṇa (em sua forma de Nārāyāṇa/Viṣṇu) como esposo. Entretanto, isso Brahmā não pode conceder de imediato. Mas somente sob a condição dela primeiramente se casar com o Rei Śaṅkacuda, que não era outro senão Sudama, um dos pastorzinhos de vacas amigos de Kṛṣṇa em Goloka Vrndavana, que também havia sido amaldiçoado por Śrīmati Rādhārani para vir para o mundo material.

 Śaṅkacuda teve de atuar como um demônio e dificilmente poderia ser morto, pois havia recebido do Senhor Brahmā um amuleto de Kṛṣṇa, o sarva-mandala-maya que o protegeria enquanto sua esposa se mantivesse fiel a ele e ele possuísse o amuleto. Dessa forma Śaṅkacuda torna-se muito poderoso e conquista todos os mundos dos deuses (devas) que reclamam ao Senhor Viṣṇu de seus atos.

 Portanto, para cumprir a Sua função de manter a ordem cósmica, o Senhor Viṣṇu se disfarça de um brahmana e pede em caridade o amuleto de Śaṅkacuda, que o concede de bom grato. Então Viṣṇu se transforma na forma de Śaṅkacuda e vai ter com Tulasī que dessa maneira perde a sua castidade sem o saber. Aproveitando isso, o Senhor Śiva mata Śaṅkacuda com seu tridente e joga seus ossos no oceano, que então se transformam em conchas (śaṅka). Sudama, então liberto, volta para Goloka Vrndavana.

  Tulasī deixa seu corpo, que se transforma no Rio Gandaki (no Nepal) e os fios de seu cabelo se transformam nas plantas Tulasī (Ocimum sanctum ou Ocimum tenuiflorum). Devido a ter sido enganada e roubada de sua castidade, Tulasī amaldiçoa o Senhor Viṣṇu a se transformar em pedras no leito do Rio Gandaki, perto da montanha Anapurna. Essas pedras se fragmentaram da montanha e se depositaram no leito do rio. Por isso, os vaiṣṇavas consideram essas pedras – denominadas Śalagrama śilas – como sendo o Próprio Senhor Viṣṇu.

  As Śalagrama śilas e todas as formas de Viṣṇu e Kṛṣṇa são adoradas sempre com ofertas de folhas de Tulasī.

Vṛndā-devī (Tulasī) e seus papagaios.


  
  Ela é uma expansão de Śrīmatī Rādhāraṇi que reside em Goloka Vrndavana (Vraja), sendo responsável por organizar os mínimos detalhes dos passatempos de Śrī Kṛṣṇa. Ela planeja tudo, desde as roupas a serem utilizadas, até as flores que desabrocham nos bosques, quando Śrī Kṛṣṇa passeia pelas trilhas e exibe seus transcendentais passatempos silvestres. Para coordenar os passatempos de Śrī Kṛṣṇa, Vṛndā-devī, entre outras coisas, utiliza-se de seus papagaios que sobrevoam toda a área de Vraja lhe relatando tudo o que lá acontece.

 Após a dança rasa, Śrī Kṛṣṇa não queria deixar Śrīmatī Rādhāraṇī e voltar para sua casa na manhã seguinte. Então, Vṛndā-devī fez com que seus papagaios imitassem a voz de Mãe Yaśodā chamando e procurando por Śrī Kṛṣṇa, fazendo com que tanto Śrī Kṛṣṇa como Śrīmatī Rādhā fossem correndo para suas casas e fingissem ter estado e dormido lá toda a noite. Dessa forma, Vṛndā-devī é a contrarregra dos passatempos eternos do Casal Divino, Śrī Rādhā e Kṛṣṇa.

Como orar a Srimati Jahnavi Devi?


Srila Bhaktivinoda Thakura explica no seu Kalyana-kalpa-taru:

“Ó Jahnava Devi! Seja misericordiosa com este servo hoje! Libere-me do meu sofrimento e me dê um lugar no barco dos seus pés de lótus para que eu possa ter certeza de que cruzarei o oceano de nascimento e morte. Você é a energia de Nityananda, é devotada a Krishna e meu guru. Por favor, conceda a este servo a árvore do desejo dos seus pés de lótus. O quão numerosas são as almas que você salvou; esse mendigo caído procura por um lugar aos seus pés.”



Bhajana-kutira de Jahnavi Devi no Radha- Kunda

A grande mestra Srimati Jahnavi Devi.



Srimati Jhanavi Devi
 As esposas de Balarama, Varuni e Revati tornam-se Vasudha e Jahnavi (ou Jahnava), as duas esposas de Nityananda Prabhu, em Chaitanya-lila. As duas são filhas de Surya Das, tão resplandecente como o sol. Jahnava Devi não teve filhos, mas Vasudha Devi, a Shakti de Nityananda, deu à luz a Virabhadra (ou Virachandra) Goswami e Ganga Devi, encarnações de Kshirodakashayi Vishnu e do rio Ganges, respectivamente. Virabhadra Goswami foi inundado pela misericórdia de Jahnava Devi, tornando-se seu discípulo iniciado direto. Nityananda Das escreveu em seu Prema-vilasa que quando Virabhadra viu Jahnava em uma forma de quatro braços, sua mente foi alterada e ele decidiu aceitá-la como seu diksha guru.
 
Vasudha Devi, Nityananda Prabhu e Jahnavi Devi

 Sem a misericórdia de Jahnava Devi, a energia de Nityananda Prabhu, ninguém é capaz de atravessar o oceano da vida material, nem obter o serviço de Nityananda Prabhu e entrar no serviço amoroso de seus adoráveis Gaurahari e Radha Krishna.

 Em Vrindavana, os líderes da comunidade Vaishnava, como Jiva Goswami, Gopala Bhatta Goswami, Lokanatha Gosvami, Bhugarbha Goswami, Madhu Pandita, etc., vieram oferecer suas respeitosas saudações. Ao lado desses líderes, ela visitou os principais templos de Vrindavana — Madana Mohana, Govinda e Gopinatha – antes de ir até o Radha Kunda. Jahnava permaneceu no Radha Kunda por três dias desempenhando seu bhajana. Ela ouviu o som da flauta de Krishna enquanto estava sentada nas margens do lago e teve uma visão de Sri Krishna que a inundou com ondas de amor divino.

Virabhadra, o filho do Senhor Nityananda

 Jahnava Devi organizou o casamento de Virabhadra com as duas filhas de Yadunandana Acharya, Srimati e Narayani, ambas as quais se tornaram discípulas de Jahnava. A shakti de Nityananda, Srimati Jahnava Devi, desapareceu no shukla navami tithi de Vaishakh (nono dia lunar de abril).
Extraído de “Sri Chaitanya: His Life & Associates” por Srila Bhakti Ballabh Tirtha Maharaj.