O que o Senhor Gouranga veio oferecer a este mundo?


   
 A missão de Sri Gouranga neste mundo foi distribuir sva-bhakti-sriyam. Sva significa “do próprio” Krsna. Os vrajavasis são todos “do próprio Krsna”. Os sakhas, amigo vaqueirinhos, são muito queridos por Krsna; mas ainda mais queridos por Ele, são os Vrajavasis que têm, para com ele, uma afeição parental. E as sakhis, jovens vaqueirinhas, Lhe são ainda mais queridas. A mais querida de todas é Srimati Radhika. Sva-bhakti, portanto, se refere à bhakti dEla.

 Como Mahaprabhu não veio distribuir a bhakti  de Srimati Radhika, Srila Rupa Goswami escreveu sva-bhakti-sriyam. Isso significa “a beleza da bhakti de Srimati Radhika”, ou seja, manjari-bhava, o humor de uma serva íntima de Radhika. Essa é a posição mais elevada que uma entidade viva pode alcançar. Mahaprabhu veio a este mundo para distribuir particularmente esse humor de devoção.
Fonte: O Princípio de Sri Guru e Serviço a Sri Guru, de Srila BV Madhava  Goswami Maharaja (pág. 106).



Motivo do aparecimento do Senhor Gouranga explicado por Srila Rupa Goswami.



“Ele apareceu nessa era de Kali, por Sua misericórdia sem causa, para conceder o que não estava disponível havia muito tempo – o serviço a Srimati Radhika como Sua Serva íntima.” [Srila Rupa Goswami em seu Sri Vidagdha-madhava (1.2)].


Fonte: O Princípio de Sri Guru e Serviço a Sri Guru, de Srila BV Madhava Goswami Maharaja (pág.105).


Qual a diferença de fé espiritual (sraddha) para fé cega?


   O discípulo verdadeiro é aquele que possui sraddha, fé espiritual. Mas sraddha é diferente de fé cega – quando você não tem certeza se algo é verdadeiro ou não, mas decide suspender sua faculdade racional e acreditar de qualquer forma. A fé cega é uma função da ignorância e ocorre na mente; mas sraddha é o despertar da alma, da sabedoria mais elevada; e ocorre não na mente, mas no coração.
 Explicação de Srila BV Madhava Goswami Maharaja em seu livro O Princípio de Sri Guru e Serviço a Sri Guru.


Explicação sobre os dois pássaros no coração de todos.


  “Dois pássaros companheiros pousam juntos, abrigando-se na mesma figueira-da-bengala. Um deles saboreia o gosto dos frutos da árvore, enquanto o outro não come os frutos, mas simplesmente observa Seu amigo.” [Svetasvatara Upanisad (4.6) e Mundaka Upanisad (3.1.1)].
   Os Upanisads comparam a alma e Superalma a dois pássaros em uma figueira-da-bengala – que é o corpo. Por usar os dois pássaros separados, os Upanisads deixam claro que a alma e Superalma não são a mesma coisa. A concepção vaisnava é a de que o primeiro pássaro é o “eu” espiritual que está condicionado pelo mundo fenomênico, e o segundo pássaro é o Senhor Supremo situado no coração, que é conhecido por Paramatma ou caitya-guru. Em seguida estes Upanisads, explicam que se o pássaro que está absorto em saborear os frutos da árvore – que representam o escasso desfrute disponível neste mundo através do corpo – simplesmente se virar para seu amigo, instantaneamente ficará livre de todo o sofrimento mundano.
   Explicação de Srila Bhaktivedanta Madhava Goswami Maharaja em seu livro O Princípio de Sri Guru e Serviço a Sri Guru.

Qual a diferença de diksa-guru para siksa-guru?


   
 O diksa-guru é a forma de Sri Krsna e o siksa-guru é Sua personalidade. De acordo com as escrituras, não há diferença entre Sri Krsna e Seus: nome, forma, personalidade e atividades. Todas essas características estão situadas no nível transcendental, que está além deste mundo fenomênico. [O Sri Brahma-samhita, 5.32, declara que todos os membros de Sri Krsna são espirituais e podem realizar as funções de qualquer um de Seus órgãos.]
 Da mesma forma, não há diferença entre o diksa-guru e siksa-guru; sendo, ambos, manifestações da misericórdia sem causa de Sri Krsna para com o aspirante espiritual.
 
Explicação de Srila BV Madhava Goswami Maharaja em seu livro O Princípio de Sri Guru e Serviço a Sri Guru.

Quais são os quatro tipos de gurus?




  Para reconhecer apropriadamente a natureza do guru, também é necessário compreender sobre os quatro tipos de gurus: caitya-guru, vartma-pradarshaka-guru, diksa-guru e siksa-guru.

  1º O caitya-guru é a Superalma (paramatma) que está situada no coração de todos e que inspira, lá de dentro, todos os seres vivos.

  2º O vartma-pradarshaka-guru é aquela pessoa que apresenta pela primeira vez o caminho de bhakti a alguém. Normalmente, ele (a) conduz essa pessoa que está em uma busca espiritual até um guru qualificado, de quem ela pode, posteriormente, aceitar a iniciação.

  3º O diksa-guru, ou mantra-guru, é o que confere a iniciação espiritual. Como parte da cerimônia de diksa, o guru dá ao discípulo um cordão e mantras confidenciais. Esses mantras ajudam a manifestar a relação amorosa eterna do discípulo com o Senhor Supremo.
 4º O siksa-guru, ou mestres espiritual instrutor, proporciona mais detalhamento e orientações confidenciais no caminho de bhakti. Às vezes, diksa-guru e siksa-guru serão o mesmo vaisnava; outras vezes, o diksa-ghuru dará permissão para que o discípulo se aproxime de um vaisnava elevado para orientações adicionais.
   Em verdade, todos os vaisnavas verdadeiros são siksa-gurus.


Sri Narahari Sarakara Thakura
 Sri Narahari Sarakara Thakura escreveu em seu Sri Krsna-bhajamrta: “Uma pessoa deve considerar que todos os vaisnavas são guru”.
Explicação de Srila BV Madhava Maharajaem seu livro O Princípio de Sri Guru e Serviço a Sri Guru.

Qual a relação Guru x Senhor Supremo?


   
 "O Guru é o próprio Brahma, Ele é o próprio Visnu. Ele é o próprio Shiva. Na verdade, o guru é a Suprema Verdade Absoluta. Portanto, devemos atentamente adorar o guru a todo momento." [Manu-smrti. Citado por Srila Sanatana Goswami em seu Sri-Hari-Bhakti-vilasa (4.352)].
 Como Sri Brahma, que manifesta este universo, o guru dá ao discípulo a semente de bhakti, da qual se manifesta a relação de amor entre o discípulo e o Senhor Supremo. Como Visnu, que mantém e protege o universo, o guru nutre e protege a bhakti de seu discípulo. Como Shiva, o destruidor do cosmos, o guru destrói, no discípulo, a ignorância espiritual e o sofrimento experenciado neste mundo.
Fonte: O Princípio de Sri Guru e Serviço a Sri Guru, de Srila BV Madhava Goswami Maharaja.


Como alcançar bhakti (devoção)?


 A meta última dos Vedas (Conhecimento) é bhakti, ou amor incondicional pelo Senhor Supremo. Bhakti não pode ser isolada, examinada ou adquirida como objetos ordinários deste mundo. Em vez disso, ela é independente e difícil de se  obter; somente podendo ser transmitida do coração do guru qualificado que a possui, para o coração do discípulo qualificado. O guru qualificado é aquele que guia o estudante pelo caminho da perfeição espiritual, tendo, ele mesmo, já superado aquele caminho.
Fonte: O Princípio de Sri Guru e Serviço a Sri Guru, de Srila BV Madhava Goswami Maharaja
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Os quatro defeitos encontrados em todos os seres humanos.


 

 Srila Jiva Goswami
identifica vários métodos para se gerar conhecimento - particularmente, percepção e inferência. Percepção refere-se ao conhecimento gerado pela cognição dos objetos externos, pela utilização da percepção sensorial. Por inferência compreende-se o conhecimento gerado pelo raciocínio dedutivo e análise.


  Jiva Goswami conclui que, em última instância, tanto a percepção quanto a inferência não são confiáveis; isso por causa dos quatro defeitos encontrados em todos os seres humanos, sem exceção: [1] todo ser humano é suscetível a ilusão ou confusão (bhrama); [2] é inclinado a desatenção (pramada); [3]  é propenso a enganar (vipralipsa) e [4] tem sentidos limitados e imperfeitos (karanapatava). De fato, esses defeitos são tão comuns que existe o ditado: “Errar é humano”.
Fonte: O Princípio de Sri Guru e Serviço a Sri Guru, de Srila BV Madhava Goswami Maharaja.



O que é devoção pura?


 

 Srila Rupa Goswami define uttama-bhakti, ou devoção pura por Krsna, como sendo contínua, livre de interesses egoístas, e não encoberta ou obscurecida por qualquer outra prática. Bhakti-rasamrta-sidhu (1.1.11)
Fonte: O Princípio de Sri Guru e Serviço a Sri Guru, de Srila BV Madhava Goswami Maharaja.



Srila Bhaktivedanta Madhava Maharaja: um Servo Perfeito de Gurudeva.




Pregar o nome e as glórias de Sri Guru aos devotos é a nossa obrigação. Srila Bhaktisiddhanta Prabhupada instruiu que todos devemos sempre falar a verdade e rejeitar falar o que não for verdade, por ser essa a causa da prisão do indivíduo na concepção ilusória da vida.” ( Srila Madhava Maharaja).

   
Swami BV Madhava, nació en una familia de vaishnavas en Midnapur, Bengal Occidental, en 1956.     
 
 Srila BV Madhava Swami nasceu em uma família de Vaishnavas em Midnapur, Bengala Ocidental, em 1956.  Ele é um monge foi praticante devoto da tradição Vaishnava desde 1979 e aceitou iniciação na sucessão discipular de Sri Srimad Bhaktivedanta Vamana Goswami Maharaja, um dos mais altos Vaishnavas, possuidor de todas as características de um verdadeiro guru descrito nas escrituras. 

Srila Vamana Maharaja
 Antes de se juntar em tempo integral a Gaudiya Math em 1979, durante seus dias de universitário, visitava Nitya-lila Pravista Om Visnupada Astottara Sata Sri Srimad Bhakti Raksaka Sridhara Maharaja. Todos os anos desde 1970.

 Srila Madhava Maharaj relata: “Quando entrei pela primeira vez na Gaudiya vedanta samiti em 1979, Sri-Śrīmad Bhaktivedanta Narayana Gosvāmī Maharaj me passou um artigo escrito por Srīla Bhaktisiddhanta SarasvatiTṭhākura Prabhupada extraído da revista gaudiya no qual se discutia a relação entre o guru fidedigno e o discípulo, e a enorme importância de guru-seva, o serviço amoroso ao guru. Ele citava o Hari-Bhakti-Vilāsa, composto por Srīla Sanātana Gosvāmī e Srīla Gopāla Bhaṭṭa Gosvāmī, numerosos purāṇas e outras fontes. Esta foi minha primeira introdução ao tema. O artigo teve um forte impacto sobre mim, e desde que eu li, tentei o mais que pude dedicar toda a minha vida a guru-seva”. 

Srila Narayana Maharaja

 Um relato dos primeiros tempos com seu amado Srila Vamana Goswami Maharaja:

 Sempre que alguém se juntava ao Math, Guru Maharaja (Vamana Maharaj) mandava-o para Srila Gurudeva (Srila Narayana Maharaja) para ser treinado em bhakti. Quando fui enviado pela primeira vez por ele para Srila Gurudeva em Mathura eu não podia aceitar o clima, era muito quente. Depois de alguns meses Guru Maharaja (Vamana Maharaj) chegou lá e eu pedi orando a seus pés de lótus, ‘Por favor, me leve com você para Navadvipa’.

 Guru Maharaja me disse: "Ouça com atenção. Se você está comigo, você será capaz de servir-me em muitos aspectos. Meus irmãos espirituais vão me criticar. Eles vão dizer: 'Srila Vamana Maharaja veio e sequestrou o servo de Srila Narayana Maharaja’. Será que isso é uma coisa justa para que eu faça?". Eu disse: "Mas este clima não é bom para mim". Guru Maharaja deu tantos argumentos e eu tentei derrotar seus argumentos.

 Então ele me perguntou: "Qual é o dever e a responsabilidade de um discípulo?" Eu respondi: "Agradar o guru em todos os aspectos". Guru Maharaja respondeu: "Então toda a sua vida deve ser dada para o serviço a Srila Narayana Maharaja. Não veja nenhuma diferença entre mim e ele. Dessa forma você pode fazer o seu bhajana e o progresso na Consciência de Krsna será muito fácil. A partir de agora, não reclame comigo sobre qualquer Vaisnava, e não me diga que o clima em Mathura não é adequado”. Daquele dia em diante eu nunca pedi para Guru Maharaja me levar daqui. 


Srila Madhava e seu amado Guru Srila Narayana 
 Por quase trinta anos, Swami BV Madhava serviu continuamente como um servo pessoal (sevaka) seu guru instrutor Sri Srimad Bhaktivedanta Narayana Goswami Maharaja. Tal como o seu guru iniciador, seu mestre instrutor também é um vaishnava do mais alto calibre e um guru fidedigno, conforme descrito nas escrituras sagradas desta tradição.

 Em 1977, Swami BV Madhava se formou com honras em sânscrito pela Universidade de Calcutá. Ele é um especialista em línguas bengali, sânscrito e hindi.

 Conhecido como Navina Krishna Brahmachari, tornou-se PhD (Doutor) em Filosofia e Doutor em Filosofia Vaishnava.  Esta qualificação lhe permitiu um estudo aprofundado dos Vedas, Upanishads, Puranas, Itihasas, bem como o estudo dos escritos Gaudiya Vaishnavas com compreensão do conhecimento das escrituras nas línguas em que foram originalmente compostas. Nesse sentido, Swami BV Madhava está em uma posição privilegiada para comprometer-se com esses estudos. Sua entrega a Gurudeva o levou a escrever alguns livros.

 Sua primeira tese de doutorado intitulada O Princípio de Sri Guru e o Serviço a Sri Guru foi pela Universidade Florida Vedic College (2008). Quem quer que leia este trabalho, obterá uma concepção clara sobre guru na perspectiva Gaudiya Vaisnava. Para aqueles ávidos por alcançar bhakti, este livro é como um farol que guia o aspirante à perfeição espiritual. Sem guru-seva, ninguém pode avançar em consciência de Krsna.

 Srila Gurudeva: O Tesouro Supremo vol 1e 2 foi a segunda tese de Phd. Este livro descreve a toda auspiciosa vida e os ensinamentos de Sri Srimad Bhaktivedanta Narayana Gosvami Maharaja. Ele foi seu 
íntimo servo pessoal . 

Jay Jagannatha é a terceira tese de PhD. Trata da filosofia do culto ao Senhor Jagannatha.

O sevaka perfeito

 Sripada Madhava Maharaja mostra-nos em linguagem muito simples como Srila Gurudeva pessoalmente aplica e demonstra as instruções de seus livros em sua própria vida, assim, instruindo-nos como nós  devemos agir e avançar na consciência de Kṛṣṇa. Srila Gurudeva exemplifica perfeitamente a conclusão do Senhor de como se deve ensinar pelo exemplo. Neste livro você vai ver como o Srī Guru representa perfeitamente o Siddhanta que é a própria essência da totalidade dos Vedas. 

 Com lógica e discriminação, Sripada Madhava Maharaja descreveu o nome, fama, atividades devocionais e humores transcendentais de Srila Gurudeva e ele escreveu esses tópicos de forma bela, mostrando a essência da verdade absoluta. Ele prova como Srila Gurudeva tem uma relação 'eterna' com Srila Bhaktivedanta Svami Maharaja 'baseado no amor espontâneo' e como ele é considerado por Srila Bhaktivedanta Svami como 'o verdadeiro guru-sevaka', o verdadeiro servo de Sri Guru. Esse estudo foi concluído por ocasião do Sri Annakuṭa, Sri Gaurabda 524, 7 de novembro de 2010. 

 

 Srila Gurudeva deu a Sripad Madhava Maharaja o título de Vidyalankara, que significa um “oceano de conhecimento”. 

 Em março de 2000, Sripad Tridandi-bhiksu Bhaktivedanta Madhava Maharaja recebeu a ordem sagrada de sannyasa, o mais alto nível de um renunciante. 

 Swami BV Madhava dedicou a maior parte de sua vida ao serviço direto a Srila Narayana Maharaja como seu sevaka. Assim, ele cumpriu todos os requisitos de um discípulo, tal como estabelecido nas Escrituras Vaisnavas. Isso torna sua contribuição a esse mundo particularmente autorizada e valiosa. 

 Śrīla Gurudeva (Narayana Maharaj) fala dele: "Sei que mesmo em outras Gaudiya Maths, os devotos servem a seu gurudeva de todo coração, no entanto ninguém serviu ao seu gurudeva  com todo o seu coração por mais de três décadas assim como Madhava Maharaj está me servindo. Nunca poderia imaginar, nem em meus sonhos ter alguém que sirva como ele o faz; ele ultrapassou todos os limites, estou eternamente endividado com ele. Oro a meu paramaradhyagurudeva Sri-Śrīmad Bhakti Prajñāna Keśava Gosvāmī Maharaj, a todo o gaudiya guru-Parampara, a todos os vaiṣṇavas, aos associados da Srīman Mahāprabhu e ao Divino Casal e Seus associados para que derramem Sua misericórdia sem causa sobre meu Madhava”.


                           Um verdadeiro exemplo. Um sadhu em sua plenitude.

                                             Seus livros ( teses de doutorado)


O rei Yudisthira e seu cão.


  
 O bom Rei Yudisthira governava o povo Pandava havia muitos anos e os conduzira a uma guerra vitoriosa, porém muito longa, contra gigantescas forças do mal. Concluídos seus esforços, Yudisthira percebeu que já passara muitos anos na terra e que era hora de partir para o reino dos Céus. Depois de terminado todo o planejamento, dirigiu-se até a grande Montanha a fim de alcançar a Cidade Celestial. Sua linda esposa, Drapaudi, foi com ele, e também o acompanharam seus quatro irmãos. Logo no início do caminho, juntou-se a eles um cão, que os seguia em silêncio.

  A jornada até a montanha era longa e penosa. Os quatro irmãos de Yudisthira foram morrendo pelo caminho, um a um, e depois deles, a linda esposa Drapaudi. O rei ficou totalmente só, exceto pelo cão, que o acompanhou fielmente por toda a árdua e demorada subida em direção à Cidade Celestial. Finalmente os dois exaustos e enfraquecidos, chegaram diante das portas do Céu. Yudisthira curvou-se em humilde reverência ao pedir que fosse aceito. O céu e a terra se encheram de estrondoso ruído quando o Senhor Indra chegou para receber o Rei no Paraíso. Mas Yudisthira ainda não estava pronto.
Senhor Indra


- Sem meus irmãos e minha querida esposa, minha inocente Drapaudi, não desejo entrar no Céu, ó Senhor de todas as divindades.  

- Não tema - respondeu Indra. - Você os encontrará a todos no Céu. Eles chegaram antes e estão aqui!

 Yudisthira ainda tinha um pedido a fazer.

- Este cão acompanhou-me por todo o caminho até aqui. É devotado a mim. Por sua fidelidade, não posso entrar sem ele! E, além disso, meu coração lhe tem muito amor.

  Indra balançou a enorme cabeça e a terra toda tremeu.

  Só você pode ter a imortalidade - disse ele -  a riqueza,  o sucesso, e todo o júbilo do Céu. Você conquistou isso empreendendo a árdua jornada. Mas não pode trazer um cão para dentro do Céu. Livre-se do cão, Yudisthira. Não é nenhum pecado!

- Mas para onde irá ele? E quem irá acompanhá-lo? Ele desistiu de todos os prazeres da terra para ser meu companheiro. Não posso abandoná-lo agora.

Indra se irritou com aquilo e disse com firmeza:

- Você precisa estar puro para entrar no Paraíso. Um simples toque num cão eliminará todos os méritos da oração. Reconsidere o que está querendo fazer, Yudisthira. Deixe que o cão se vá.

  Yudisthira insistiu: Senhor Indra, é difícil para uma pessoa que sempre tentou ser justa, fazer algo que considere injusto, mesmo que seja para entrar no Céu. Não desejo a imortalidade se para tanto é preciso livrar-me de alguém que me é devotado.

  Indra o instigou mais uma vez: - Você deixou para trás, na estrada, quatro irmãos e a mulher. Por que não pode deixar também o cão?
  Yudisthira respondeu: - Abandonei-os apenas porque já tinham morrido e eu não poderia mais ajudá-los nem trazê-los de volta à vida. Enquanto estavam vivos eu não os abandonei.

- Você está disposto a abandonar o Céu, então, por causa desse cão? - perguntou-lhe Indra.

- Grande Indra - retrucou Yudisthira - sempre mantive minha promessa, nunca abandonei quem tivesse medo e viesse à minha procura, quem estivesse aflito e desvalido ou quem estivesse fraco demais para se proteger sozinho e desejasse ainda viver. Acrescento agora um quarto elemento. Prometo não abandonar quem for devotado a mim. E não vou abandonar meu amigo.
  Yudisthira abaixou-se para acariciar o cão e estava prestes a afastar-se tristemente do Céu quando, de repente bem diante de seus olhos aconteceu um prodígio. O cão fiel transformou-se em Dharma, o Deus da Virtude e da Justiça.


Indra disse:

- Você é um bom homem, Rei Yudisthira. Demonstrou fidelidade aos fiéis e compaixão por todas as criaturas. Mostrou-se capaz disso ao renunciar ao Céu em vez de renunciar a esse humilde cão que era seu companheiro. Será honrado no Céu, ó Rei Yudisthira, pois não existe um ato que seja mais elevado e mais ricamente recompensado, do que a compaixão para com os humildes.
  Então, Yudisthira entrou na Cidade Celestial tendo ao lado o Deus da Virtude. E lá tornou a encontrar-se com os irmãos e a querida esposa para desfrutarem da eterna felicidade.

(Extraído do Mahabharata).


Festival no Nepal que homenageia a lealdade dos cães..



Como erradicar a gratificação dos sentidos?


   Com um espírito de desapego, a entidade viva aceita os objetos dos sentidos apenas de acordo com sua necessidade, conhecendo aqueles objetos a serem relacionados a Krsna e se comportando de acordo. Isto é chamado yukta-vairagya. A renúncia daqueles que, desejando libertação da matéria, rejeitam os objetos dos sentidos considerando eles serem ilusórios é chamado phalgu, inútil. 

   Não é possível uma alma encarnada renunciar completamente aos objetos do sentidos, mas mudando a tendência de gostar deles enquanto mantém uma compreensão de sua relação com Krsna não pode ser chamado gratificação dos sentidos.



  Forma (rupa), gosto (rasa), cheiro (gandha), toque (sparsa) e o som (sabda) são os objetos dos sentidos. Nós devemos tentar perceber o mundo de tal maneira que tudo pareça relacionado à Krsna, o que significa que devemos ver todos os seres vivos como servos e servas de Krsna. Veja os jardins e os rios como lugares esportivos agradáveis ​​para Krsna. Veja que todos os tipos de comestíveis devam ser usados ​​como oferenda para o Seu prazer. Em todos os tipos de aromas, percebam o aroma de krsna-prasāda. Da mesma maneira, ver que todos os tipos de sabores devam ser saboreados por Krsna, veja que ​​todos os elementos que tocamos estão relacionados a Krsna e só ouçam narrações descrevendo as atividades de Krsna ou Seus grandes devotos.

  Quando um devoto desenvolve tal perspectiva, ele não mais verá os objetos dos sentidos como separados de Bhagavān. 
  A tendência de aproveitar a felicidade obtida da gratificação dos sentidos intensifica o desejo de bhukti (o desejo de gratificação dos sentidos)  dentro do coração de um devoto e, finalmente, irá desviá-lo do caminho de bhakti. 

  Por outro lado, aceitando todos os objetos deste mundo como instrumentos a serem empregados no serviço de Krsna, o desejo de bhukti é completamente erradicado do coração, permitindo assim que a devoção pura se manifeste ali.
  Explicação de Srîla Bhaktivinoda Thakura em seu Bhakti-tattva-viveka.

Quais são os atributos intrínsecos (svarupa-laksana) de bhakti?





Apenas quando as atividades de um corpo, mente e palavras são favoravelmente executados para o prazer de Krsna é chamado de bhakti. Os demônios Kamsa e Sisupāla estavam sempre se esforçando para Krsna com corpo, mente e palavras, mas seus esforços não serão aceitos como bhakti porque tais esforços eram desfavoráveis ​​para o prazer de Krsna. Esforços desfavoráveis ​​não podem ser chamados bhakti. 

  A palavra bhakti é derivada da raiz da forma verbal bhaj. Diz-se no Garuda Purāna (Pūrva-khanda 231.3):
bhaj ity esa vai dhåtuh sevåyåm parikîrtitah

tasmåt sevå budhaih proktå bhaktih sādhana-bhüyasî

  A raiz verbal bhaj significa “prestar serviço”. Portanto, os sādhakas devem se engajar no serviço a Sri Krsna com grande dedicação, pois é somente por tal serviço que bhakti nasce. De acordo com este verso, o serviço devocional amoroso a Krsna é chamado bhakti. Tal serviço é o atributo intrínseco de bhakti.



Fonte: Bhakti-tattva-viveka DELIBERAÇÃO SOBRE A VERDADEIRA NATUREZA DA DEVOÇÃO. De Srîla Bhaktivinoda Thakura.

Trecho de uma carta de Swami A. C. Bhaktivedanta para Sripad Narayana Maharaja de 26 de outubro de 1966.


   
 O trabalho de pregação está indo muito bem aqui. Alguém escreveu um artigo no jornal dizendo: “Na América as pessoas costumam pensar que Deus se perdeu ou morreu, mas Bhaktivedanta Swami em apenas três meses explicou aos ateístas que Deus está vivo dentro do Hari-kirtana”. Tudo isto é misericórdia de Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Prabhupada e a satisfação de seu desejo com vijaya vaijayanti (guirlanda e bandeira da vitória). Eu sou muito insignificante, então seja qual for o caminho que ele está me guiando, eu estou cumprindo. Escreva para mim o mais rápido possível e me faça feliz.