Qual a função de Vrnda-devi (Tulasi devi)?


Vrnda Devi

 Vrnda Devi, de quem Tulasi Devi de quatro braços é Sua expansão em Vaikuntha e cuja expansão no mundo material é a sagrada planta de Tulasi, reside em Goloka Vrindavana e está constantemente assistindo a Srimati Radharani em Suas diversões com Sri Krishna. De madrugada, Vrnda Devi se encarrega de despertar Radha e Krishna, os quais dormem nos pequenos kuñjas (áreas de belos arbustos) dos bosques. Com bastante pressa, Vrnda Devi envia o casal de volta para Suas casas, em Nandagrama (Krishna) e Javat (Radha). Vrnda Devi faz isso antes que os parentes de Radha e Krishna possam despertar ao amanhecer e descobrir que Eles passaram toda a noite fora. É Vrnda Devi que entrega a Krishna as cartinhas de amor, os brincos feitos a mão com flores e as guirlandas.

Holi 

Sempre que as gopis e Krishna brincam de Holi (atirando-se águas coloridas), Vrnda Devi é quem se encarrega de vesti-los, todos com finos panos brancos, e de colocar-lhes guirlandas. Então lhes dá as seringas, as cores, etc. Quando Radha e Krishna jogam dados, Vrnda Devi se põe ao lado de Radha para ver que Krishna não faça tramoias. É ela que leva Krishna e as gopis ao Radha-kunda para que entrem na água, e se salpiquem uns aos outros, com esta sagrada água do lago de Radharani. Quando Radha ganha de Krishna nesta diversão, Vrnda e outras assistentes gritam: “Jay Radhe!”. E quando Krishna ganha, Subala e Madhumangala gritam: “Jay Krishna!”.

Krishna e as Gopis

Quando Radharani chega para divertir-se Vrnda a acompanha e a leva ao lugar combinado para o encontro com Krishna. Então, ela utiliza dois papagaios fêmeas para que espiem o caminho e informem se de algum lugar estão chegando as duas damas que arruínam toda a diversão: uma é Jatila (a sogra de Radharani) e a outra é Chandravali (a rival de Radharani). Então, durante a noite da dança da rasa, Vrnda Devi distribui entre as gopis diversos instrumentos de corda, sopro e percussão. Tocando os instrumentos com muita habilidade, executam um concerto musical celestial. E quando os que dançam se fatigam, Vrnda Devi lhes dá  frutas e bebidas que estão preparadas nos potes de ouro.

Na realidade, Vrnda Devi é a potência do Senhor Krishna para realizar passatempos.

Vrnda Devi

Fonte: Tulasi: a amada de Krsna. Tradução para o Português: Idumukhi Devi Dasi (Curitiba/PR).

Tulasi

Śrī Śrīmad Bhakti Prajñāna Keśava Gosvāmī Mahārāja: o Leão entre todos os ācāryas

Śrī Śrīmad Bhakti Prajñāna Keśava Gosvāmī Mahārāja

Srila Śrī Śrīmad Bhakti Prajñāna Keśava Gosvāmi era conhecido como Ācārya Kesarī, “o leão entre todos os ācāryas”. Ele foi o fundador da Srī Gauḍīya Vedānta Samiti e das Gauḍīya Maṭhas em toda a Índia pertencente a ela. Ele é um seguidor completamente dedicado a Śrī Svarūpa e Śrī Rūpa, e é o melhor entre a 10ª geração de descendentes no bhāgavata-paramparā de Srī Kṛṣṇa Caitanya Mahāprabhu.  Seu verdadeiro nome era Bhima, depois Srila Vinodabihari Brahmacari Kritiratna Prabhu (chamado de Vinod por seu Gurudeva) ou Srila Kritiratna, que significa "aquele cujo cada ato e realização são uma joia”. Foi o diksha e sannyasa guru de Srila Bhaktivedanta Narayana Gosvami Maharaja e o guru sannyasa de Srila Bhaktivedanta Swami Maharaja.

     Uma lila (passatempo): A bravura de Srila Śrī Śrīmad Bhakti Prajñāna Keśava Gosvāmi.

Srila Bhaktisiddhanta Saraswati Thakura Prabhupada
Em 1925, como em anos anteriores, os dezesseis krośa de Śrī Navadvīpa-dhāma parikramā foram realizados na ocasião do aparecimento de Śrīman Mahāprabhu. Milhares de peregrinos dedicados realizaram parikramā em uma enorme festa saṅkīrtana. Srila Prabhupada ( Srila Bhaktisiddhanta Saraswati Thakura Prabhupada) foi a pé no parikramā, enquanto as divindades de Śrī Śrī Guru-Gaurāṅga e Gāndharvikā-Giridhārī foram trazidas nas costas de um elefante. Em um ponto, o parikramā se reuniu em frente ao templo de Prauḍhāmāyā em Kuliyā (Koladvīpa), e os devotos ouviram Śrīla Prabhupāda relatando as glórias de Śrī Navadvīpa-dhāma. Nesse momento, os chamados brāhmaṇas e gosvāmīs de castas de Kuliyā- Navadvīpa os atacaram com tijolos, pedras, água quente, garrafas e outros utensílios.

O ataque ultrajante causou pandemônio. Os peregrinos estavam correndo aqui e ali para proteger suas vidas, e ninguém se importava com mais ninguém. A turba violenta estava procurando por Srila Prabhupada para matá-lo, mas Śrī Vinodabihārī Brahmacārī (Śrī Śrīmad Bhakti Prajñāna Keśava Gosvāmī Mahārāja) imediatamente o levou para a casa de um devoto nas proximidades, para sua proteção. Lá, Srī Vinoda-bihārī rapidamente vestiu a roupa de sannyāsa de Srila Prabhupāda e pegou sua daṇḍa, dando suas próprias vestes brancas para Śrīla Prabhupāda  usar. De alguma forma ele enviou Srila Prabhupada sem ser detectado para Sri Māyāpura neste traje comum. Enquanto isso, a polícia chegou. Algum tempo depois, Śrī Vinoda-bihārī chegou a Māyāpura em segurança, ainda vestido como um sannyāsī. 
Śrī Śrīmad Bhakti Prajñāna Keśava Gosvāmī Mahārāja


A polícia suprimiu a notícia deste evento, mas Ānanda Bāzār, na época uma revista bem conhecida, publicou um relato da atrocidade. As pessoas educadas e respeitáveis ​​ficaram chocadas ao ler e ouvir sobre esse ultraje. Todos os Vaisnavas ficaram maravilhados com o notável guru-niṣṭhā (fé firme e devoção ao mestre espiritual) de Śrī Vinoda-bihārī Brahmacārī, e o incidente foi discutido em todos os lugares. É assim que Śrī Vinoda-bihārī destemidamente contra-atacou qualquer injustiça ou atrocidade que ameaçasse Śrīla Prabhupāda ou desafiasse seus pontos de vista.
Śrī Śrīmad Bhakti Prajñāna Keśava Gosvāmī Mahārāja

Como é possível se tornar um vrajavasi?










  Rupa Gosvami disse: “tad-anuragi jananugami”. Sempre cultive a companhia de devotos exaltados que possuem o humor de Vraja. Que humor é esse? O humor de Rupa Gosvami, de Rupa Manjari, com o qual se pode permanecer verdadeiramente em Vrndavana. 

 Shrila Bhaktisiddhanta Sarasvati Prabhupada disse que, na verdade, os verdadeiros vrajavasis são quem? Rupa e Sanatana. Eles são os verdadeiros vrajavasis. Aqueles que estão realizando bhajana e sadhana no mesmo humor de Rupa e Sanatana, seguindo os passos desses, são chamados vrajavasis.



 Nossos seis gosvamis: Sri Rupa, Sanatana, Bhatta Raghunatha, Sri Jiva, Gopala Bhatta e Dasa Raghunatha vivem em Vraja. Como? Chorando: “he radhe, he srimati radhike - onde está você? he krsna - onde está você? he lalite he nanda suno - Ó Krishna, filho de Nanda Maharaja, onde posso te encontrar?”

 Às vezes os gosvamis iam até Giriraja-govardhana e choravam, pelo fato das lilás estarem imanifestas. Giriraja-govardhana estava lá, o Yamuna estava lá, todos os passatempos estavam lá, mas as lilas não estavam manifestas e, por conta disso, eles caiam em prantos. Assim, os gosvamis choravam em alto tom, pronunciando o nome de Radha e de Krishna, Lalita, Vishaka, etc. Esses sim são os verdadeiros vrajavasis, os quais são muito raros de se encontrar.

Srila BV Vana Goswami Marahaj, em seu hari-katha em Brasília, 23/01/2019.

 

Como podemos viver em Vrndavana?



  Só residir fisicamente ou externamente não é o mais importante. O importante é o quanto o seu coração e mente estão em Vrndavana. 


  Algumas pessoas estão em Vrndavana fisicamente, mas onde está o coração delas? Em maya. 

   

 Fisicamente podem até residir em Vraja, mas as suas mentes estão sempre em maya. Isso não é permanecer em Vrndavana. Com a sua mente é que você deve residir lá. O corpo é grosseiro, a mente é sutil e o atma (alma), ainda mais sutil. Dessa forma, sempre fique em Vrndavana, por intermédio de sua mente. Onde você reside fisicamente não é importante, o importante é o quanto consegue se absorver em Vrndavana. O importante é o quanto você está absorto em Vrndavana. Mesmo Krishna, na verdade, nunca sai de Vrndavana O importante mesmo é onde a mente reside.



   Permaneça em Vraja. Como? Com a sua mente. Fisicamente, muitas pessoas estão em Vraja, mesmo os comedores de cachorro. Lá existem até mesmo matadouros onde vacas são mutiladas. Por acaso essas pessoas são vrajavasis? Não. Vrajavasis são aqueles cujas mentes e corações estão completamente absortos no humor de Vraja: vraja-bhava. Esses sim são vrajavasis. 

    As pessoas dizem que estão vivendo em Vraja, em Vrndavana, mas isso só se dá externamente. Procurem entender que os vrajavasis são aqueles que experimentam esse humor de aguda separação e que choram dia e noite, como Rupa e Sanatana. Sempre se lembrem de vraja-katha (tópicos a respeito de Vrndavana) e realizem bhajana e sadhana (prática espiritual). Inclusive, é em função disso que Rupa Gosvami explicou: “braja-loka ansarata sadhaka-rupena sidha rupena chatrahi tad-bhava lipsuna braj-loka ansarata”. Há sadhaka-rupa (a forma externa de sadhaka) e siddha-rupa (o corpo espiritual interno). Na forma de sadhaka, você pode estar em qualquer lugar, mas na forma de siddha você deve permanecer sempre em Vraja.

Srila BV Vana Marahaj, em seu hari-katha em Brasília, 23/01/2019.

Sri Varaha वाराह



  Um dos principais avataras (encarnações) de Sri Vishnu que apareceu como um javali. Esta forma de Vishnu apareceu para salvar a Terra (personificada como a Deusa Bhumi) de um demônio chamado Hiranyaksha que havia levado a Terra para as profundezas do Oceano Cósmico. Após uma épica batalha Vaharadeva vence o demônio e retira a Terra do Oceano Causal com Suas presas de javali. Então a mãe-terra foi salva e reposta em seu lugar. (Veja o Srimad-Bhagavatam 1.3.7 e 2.7.1 e Terceiro Canto, capítulos 13, 18 e 19).

  
 Após o incidente Sri Vishnu se casou com Bhumidevi que passou a ser Sua segunda esposa.

 
Na arte, Sri Varahadeva é tanto representado como um Javali e também como Vishnu com cabeça de Javali e Sua historia é contada nos puranas e principalmente no Varahapurana. Na época medieval, Varaha tinha grande culto hoje poucos templos são dedicados a Ele.

Om swetham varaha vapusham kshithi mudwarantham,  Sankhari sarva varada abhaya yuktha bahum, Dhyayen nirjaischa thanubhi sakalai roopetham, Poorna vibhum sakala vanchitha sidhaye ajam.

"Meditando no Senhor Varaha. Aquele que ergue a Terra e lhe dá proteção. Aquele que é armado com a roda e a massa. Aquele que mostra o sinal de proteção (abhaya mudra). E é o Senhor Supremo completo, e concede todos os desejos de Seus devotos."

   Vendo a devoção de um garotinho brahmana, Vasudeva, Sri Vahara-deva falou as seguintes doces palavras: “Oh Vasudeva, você é meu devoto. Eu estou muito satisfeito com a sua adoração. No início de kali-yuga manifestarei Meus passatempos aqui, em Sri Navadvipa. Ouça cuidadosamente minhas palavras: Não existe nenhum lugar nos três mundos igual à Sri Navadvipa- dhama. Embora essa morada seja muitíssimo querida a Mim, ela agora permanece oculta.  É também o veredito de todas as escrituras que Brahmavartta e todos os outros santos locais estão presentes aqui”.



Por que devemos aceitar um guru fidedigno?

  

Guru se divide em duas sílabas. Gu significa escuridão e ru significa luz.

É descrito por um grande vaisnava, Tulsi Das, que uma pessoa pode se tornar extremamente qualificada, inteligente e versada, no mesmo padrão que o Senhor Siva e o Senhor Brahma, mas se ela não aceitar Sri Gurudev, não vai conseguir se liberar deste mundo material.

 Até o próprio Krsna, tomou diksa de Baghuri-Rsi. Sri Ramacandra aceitou diksa de Vasistha-Rsi. Sri Caitanya Mahaprabhu aceitou diksa de Isvara-Puripada. Isto se chama loka-siksa, dando algum tipo de ensinamento para todas as entidades vivas.

 Todas estas personalidades acima são o mesmo Sri Bhagavan, a própria Pessoa Suprema, mas eles aceitam diksa de um gurudeva fidedigno somente para dar exemplo às pessoas em geral.

Quem então é guru-padma-pada? Ele não é apenas uma pessoa, um corpo. É a personificação da tendência de Servir a Krsna [Seva vritti].

Palavras de   Srila BV Vana MaharajJaneiro de 2015.

 

Qual a importância de ouvir hari kratha?



   Hari-katha é extremamente poderoso. É descrito nos sastras que hari-katha não é diferente de Sri Krsna. (Srimad Bhagavatam 1.2.17).

   Sem ouvir hari-katha de um vaisnava elevado, nosso coração nunca estará limpo. Então, por meio do nama-mantra e hari-katha, Sri Guru termina com toda a escuridão e anarthas daquela alma condicionada.

   No décimo primeiro canto do Srimad Bhagavatam, o próprio Sri Krsna fala sobre isto para Sri Uddhava. Sri Krsna fala o seguinte: “Óh Uddhava, nem por adorar a deidade, nem por fazer parikrama por muitos locais sagrados você poderá limpar o seu coração”.

   Somente pela associação com os vaisnavas [sadhu-sanga]; e por intermédio de ouvir hari-katha que isto será possível.
Palavras de Srila BV Vana Goswami Maharaj, Janeiro de 2015.

Quem é Sri Advaita Acharya?

  Ele está na categoria de Visnu-tattva, e, portanto, o nome dele é ‘Advaita’ (não diferente). Ele também é um acarya proeminente (mestre e aquele que ensina pelo próprio exemplo) na pregação das glórias dos Santos Nomes e em conceder prema-bhakti  com o cantar.

  O pai de Advaita Acarya era Kuvera Pandita. Kuvera Pandita realizou austeridades para satisfazer o Senhor Siva, que é, Sadasiva. Depois de um longo tempo, Siva ficou satisfeito com ele e lhe disse: “Você pode me pedir qualquer benção”.

 Kuvera Pandita então disse: “Eu quero um filho como você. Eu quero um filho que seja tão qualificado quanto você”.

 Siva respondeu: “Isso é impossível, por isso virei pessoalmente como seu filho”. Assim, Sadasiva apareceu como seu filho. Na época de seu nascimento, foi dado a Advaita Acarya o nome de Kamalaksa, que significa “aquele que tem olhos de lótus muito belos”.


Relato de Srila Bhaktivedanta Narayana Gosvami Maharaja, no Havaí em 2007.





  Foi devido às suas súplicas que Sri Caitanya Mahaprabhu desceu a este mundo. Vendo a condição degradada das pessoas em Kali-yuga, a Era das Desavenças, Sri Adwaita Acharya adorou o Senhor Krishna nas margens do Ganges, molhando com sua água a planta tulasi, clamando e implorando ao Senhor que viesse livrar as almas do sofrimento.

Algumas passagens no Śrī Caitanya-caritāmṛta:

CC Ādi 6.29 - Como Ele não tem outra ocupação além de ensinar serviço devocional, Seu nome é Advaita Ācārya.

CC Ādi 6.4 - O Senhor Advaita Ācārya é a encarnação de Mahā-Viṣṇu, cuja principal função é criar o mundo cósmico através das ações de māyā.

CC Ādi 6.5
- Porque Ele não é diferente de Hari, o Supremo Senhor, Ele é chamado de Advaita, e porque Ele propaga o culto da devoção, Ele é chamado de Ācārya. Ele é o Senhor e a encarnação do devoto do Senhor. Por isso me refugio Dele.


O que é a niryoga-pasha (a corda que Krishna usa no seu turbante para amarrar as vacas)?


    
As gopis dizem “Ó sakhi, Krishna está usando essa niryoga-pasha para nós. O que queremos é o mesmo que as vacas querem. Queremos que Krishna nos ate com Sua corda de amor. Krishna eternamente com Sua corda pode amarrar qualquer jiva, qualquer um que possua um corpo. Essa corda é tão linda que ela atrai a todos. Após ser laçado por ela é impossível ficar longe de Krishna. Essa corda laça as entidades vivas aos pés de lótus de Krishna”.

    A corda no turbante de Krishna não é uma corda comum. Ela é niryoga. Ela conecta nossas mentes e corações para sempre a Krishna. Essa corda nos arranca tudo que possuímos e para sempre nos liga aos pés de lótus de Krishna. Esse é o significado de niryoga, A corda não é realmente um pasha para amarrar vacas, ela se destina segurar os nossos sentidos e corações porque eles estão repletos do mesmo desejo de correr daqui para lá que as vacas sentem. Essa é a corda do amor (prema).
   

“Nós não temos a oportunidade de servir a Krishna do mesmo jeito que Giriraja Govardhana ou como as árvores e trepadeiras de Vrindavana, ainda assim Krishna atrai nossos corações de tal modo que nunca mais conseguimos ficar longe dEle. Embora na realidade, estejamos tão distantes de Krishna.” Assim falando sobre a corda que segura as vacas, as gopis lembram-se dos passatempos de Krishna.










Palavras de Sri Srimad Bhaktivedanta Narayana Maharaj, no seu Venu-Gita (O SOM DA FLAUTA DE KRISHNA), Texto 19.

Aconteceu o casamento entre Radha e Krsna?



    No Brahma-vaivarta Purana está escrito que Brahmaji veio para Vrndavana e celebrou a cerimônia de casamento de Radha e Krsna , na qual Lalita e Visakha cantaram algumas canções de casamento. Mas, como é que um casamento real acontece? A mera presença de um purohit (sacerdote) não é o bastante. Alguém deve formalmente conceder uma garota em casamento e este ritual cerimonial é chamado de kanya-dana. Vemos a presença de Vrsabhanu Maharaj e Kirtida (pais de Srimati Radhika) em Bhandiravana (o lugar onde ocorreu o casamento)?

  Também, Nanda Baba e Baladeva deveriam ter tomado parte na procissão do casamento juntamente com o noivo. Esteve um ou outro presente lá? Havia quaisquer outros Vrajavasis que não as jovens gopis presentes? Se não, como foi que esta cerimônia de casamento aconteceu? Poderíamos dizer que uma troca de guirlandas aconteceu e, que isto está de acordo, isto é conhecido como um casamento Gandharva. Mas, se um casamento real tivesse acontecido, a noiva deveria ter ido para a casa do seu marido.

   Radhaji alguma vez foi para a casa de Yasoda-maiya em Nandagaon como nora? Se a resposta pudesse ser sim, então o que poderia separar o humor e lila de Satyabama e de Rukmini (esposas de Krsna) do de Srimati Radharani? Não existiria diferença. Mas, Rukmini e Satyabama são meramente expansões dos pés de lótus de Srimati Radharani. É verdade que os arranjos de casamento estavam acontecendo. Planos estavam sendo feitos para o casamento de Radha e Krsna, mas Yogamaya Purnamasi devi veio e colocou um impedimento naquele casamento.

   Ela disse para os pais: “Este casamento não pode acontecer. A carta astrológica deles não é compatível; a nakshatra deles (constelações) não estão bem combinadas. Um importante sinal está ausente, de modo que a disposição é inauspiciosa para o casamento deles. Não, não. Este casamento não deveria acontecer. Abhimanyu, o filho de Jatila, é um membro da mais rica família de Vraja. Ele é completamente qualificado, muito capaz e dotado com todas as boas qualidades. Ele deve casar-se com Ela”.

  De que maneira este casamento de Radhika e Abhimanyu aconteceu? Aconteceu entre chaya (imagens da sombra) - sombra de Krsna , Abhimanyu , casou com a sombra de Radha.


A Sagrada Casa  em Javata onde Srimati Radhika vivia com Abhimanyu.

  Quando Srimati Radhika coloca a poeira dos Seus pés na cabeça de Krsna, o mahavar ( pintura vermelha do pé ) deixa a marca na testa Dele. O que está escrito lá naquela marca? Radha. E quem escreveu isto no pé Dela? Krsna.

  Krsna tem o nome Radha estampado em sua testa, e isto o satisfaz imensamente. Rukmini e Satyabhama não podem fazer isto, porque após o casamento elas desenvolveram um sentimento reverencial pelo marido como mestre ou Senhor delas. Se Radhika tivesse sido casada com Krsna, ela deveria ter desenvolvido este humor e se comportado de acordo.


 Esta concepção errônea foi apresentada por um panda [brahmana estudioso e historiador] o qual acompanhou o grupo do parikrama aos vários lugares de passatempos em Varsana. O panda também referiu-se a Srimati Radharani como Matesvari, o qual é um título que significa a Mãe Suprema ou deusa. Srila Maharaj contestou este título, o qual é acurado de um ponto de vista filosófico, mas inconsistente com o humor dos servos de Sri Sri Radha e Krsna em seus passatempos de Vrndavana.

 Algumas pessoas não entendem este ponto e por esta razão, tem uma concepção incorreta. Mesmo nosso erudito panda, uma inteligente pessoa, apoia a ideia de que aconteceu o casamento entre Radha e Krsna. Tais pessoas não tem conhecimento ou realização de rasa-tattva, e por isto falam assim.

Palavras de Tridandisvami Bhaktivedanta Narayana Maharaja, em Varsana, nove de Novembro de 2002.

Qual o motivo de Krsna andar de floresta em floresta acompanhado de milhares de vaqueirinhos e vacas?


     

 O motivo é que Krishna busca por algo. A busca dEle é tal que ninguém consegue captar Seus motivos. Aparentemente Krishna está apenas interessado em apascentar as vacas e encontrar um capim mais doce e água. Decerto Ele está em busca de água, pois água significa vida. Quando Krishna vê esta água no kusuma-sarovara, radha-kunda ou em Govardhana aparentemente Ele encontrou o que procurava. 


  Krishna procura pela vigraha do amor; na realidade Ele está procurando apenas por Radhika. E se Ele não consegue encontrá-lA, então Krishna chama Radha através do som de Sua flauta.

          
 Os vaqueirinhos estão pensando que Krishna toca a flauta para chamar as vacas. De fato, cada vaca acredita que Ele está chamando somente por ela. Venu-svanaih - a canção da flauta é tão liberal (udara) porque ela se destina a tudo e a todos. Não é só para as gopis ou só para as vacas e vaqueirinhos. Destina-se para todos - cada trepadeira, cada árvore, cada pássaro e animal, cada átomo. 

 Todas as entidades vivas sentem júbilo quando ouvem a canção da flauta, mas o que cada um escuta se limita ao seu grau de qualificação. As gopis são as que mais são afetadas, mas todas as entidades vivas se enchem de prema, transbordando de amor, por ouvir a flauta de Krishna.

Extraído do comentário de Sri Srimad Bhaktivedanta Narayana Maharaj, do livro Venu-Gita, texto dezenove.