Srila Sridhar Maharaj explicando o que é humildade.



   Certa vez, quando um templo foi atacado, os devotos usaram um revolver para defender o templo. O povo local reclamou dizendo: “Oh, eles são humildes? Eles são tolerantes? Por que foram contra o conselho de Sri Mahaprabhu de ser mais humilde que a folha de grama e mais tolerantes que uma árvore? Eles não são devotos.”

   Eu defendi os devotos dizendo: “Não, eles agiram corretamente. A instrução de ser mais humildade que a folha de grama significa que se deve ser humilde diante de um devoto e não de um louco”.

  As pessoas em geral são loucas e ignorantes. Eles desconhecem o que é bom ou ruim, assim sua consideração não tem valor algum. Quem é qualificado para julgar se um devoto está oferecendo respeito a todos, sem esperar respeito para si mesmo? Os loucos? Pessoas ignorantes? Têm eles algum juízo para julgar quem é humilde, quem é tolerante? Tem de haver um padrão por meio do qual possamos julgar a humildade. Estamos interessados no critério que foi dado por pensadores superiores, e não na consideração das massas ignorantes.

  Espetáculo de humildade não é humildade verdadeira. Ela deve provir do coração e ter um objetivo. Tudo - humildade, tolerância e ausência de orgulho - deve ser considerado a partir do julgamento de uma pessoa normal, padrão, e não de ignorantes que são como elefantes e chacais. Deve-se permitir que tais pessoas julguem o que é humildade? É claro que não. Por acaso um devoto deveria pensar que: “A deidade e o templo não estão para ser molestados, mas eu ficarei quieto sem fazer nada; serei humilde e tolerante; um cachorro está entrando no templo; devo mostrar respeito a ele?” Não. Isso não é verdadeira humildade.

  Não devemos permitir que tais anomalias continuem em nome de oferecer respeito aos outros. Não devemos pensar que podemos permitir que alguém moleste os devotos ou o templo, e que ao fazer isso somos humildes e tolerantes e estamos mostrando respeito aos outros.

  Que eu sou humilde significa que eu sou escravo do escravo de um vaisnava. Com essa consciência devemos prosseguir.

Extraído do  O Vulcão Dourado do Amor Divino de Srila B.R. Sridhar Dev-Goswami.