Essas
doçuras são de cinco tipos: santa, dasya, sakhya, vatsalya e madhurya. A
primeira doçura, santa, é o estágio em que a entidade viva supera as
dores da existência material e se situa na transcendência. Nesse estágio há um
pouco de felicidade, mas não há o sentimento de independência. Nessa ocasião o
relacionamento entre o praticante e o Senhor ainda não está estabelecido.
Dasya-rasa é a segunda doçura. Ela contém todos os
ingredientes de santa-rasa e mais a afeição: “O Senhor é o meu
amo e eu sou o Seu servo eterno”. Esse tipo de relacionamento é o encontrado
em dasya-rasa. Ninguém dá muita atenção às melhores coisas desse
mundo a não ser que haja uma relação afetiva. Portanto dasya-rasa é
superior a santa-rasa de várias maneiras.
Assim como dasya é superior
a santa, tenha como certo que sakhya é superior a dasya. Em dasya-rasa há
um espinho na forma de temor e reverência, mas o principal ornamento em sakhya-rasa é
o sentimento de amizade em igualdade. Dentre os servos, aquele que é amigo é
superior. Não há dúvida quanto a isso. Em sakhya-rasa está
incluída todo cabedal de santa e dasya.
Assim como sakhya é superior a dasya, vatsalya é superior a sakhya. Isso é
compreendido facilmente. Dentre todos os amigos, o filho é mais querido e causa
de maior felicidade. Em vatsalya-rasa está presente o cabedal
das quatro rasas, iniciando com santa.
Apesar
de vatsalya-rasa ser superior às outras rasas, ela
parece insignificante quando comparada a madhurya-rasa. Podem haver muitos
segredos entre um pai e um filho, mas não podem existir tais segredos entre um
esposo e uma esposa. Portanto, se formos considerar profundamente, veremos que
todas as rasas mencionadas são vistas em perfeição na madhurya-rasa.
Fonte: Sri Krsna-samhita, pág. 47 , de Akincana
Sri Kedaranatha Datta (Bhaktivinoda Thakura) , de 1880.