Se
passarmos a analisar as histórias das cinco rasas, compreenderemos claramente
que santa-rasa era vista nos primeiros dias da Índia. Quando a
alma não ficou satisfeita depois de realizar sacrifícios com ingredientes
materiais, os transcendentalistas como os quatro Kumaras, Narada e Mahadeva se
desapegaram desse mundo e situados na transcendência, realizaram santa-rasa.
Muito depois de Hanuman, o líder dos macacos,
Uddhava e Arjuna tornaram-se autoridades qualificadas em sakhya-rasa.
Eles pregaram sobre essa rasa pelo mundo afora. Gradualmente essa rasa se
expandiu pelos países árabes, sob a liderança de Maomé, o conhecedor dos
princípios religiosos.
Vatsalya-rasa se manifestou pela Índia em diferentes formas
em diferentes épocas. Dentre as diferentes formas, vatsalya misturada
com opulência atravessou a Índia e apareceu em uma grande personalidade chamada
Jesus Cristo, que era um pregador dos princípios religiosos judeus.
Madhurya-rasa primeiro cintilou em Vraja. É extremamente raro essa rasa entrar nos corações das almas condicionadas, porque essa rasa tende a permanecer com as entidades vivas puras, qualificadas para desfrutarem dela. Essa rasa confidencial foi pregada por Navadvipa-candra, Sri Saci-kumara [Gaurahari] e Seus seguidores. Até hoje essa rasa ainda não saiu da Índia. Há pouco tempo atrás um erudito inglês chamado Newman realizou algo sobre essa rasa e escreveu um livro sobre ela. As pessoas da Europa e da América não estavam satisfeitas com a vatsalya-rasa misturada com opulência pregada por Jesus Cristo.
Espero que pela graça do Senhor, em bem pouco tempo eles se sintam sedentos em beber o néctar intoxicante de madhurya-rasa. Verificamos que toda a rasa que surge na Índia acaba se dispersando pelo mundo. Assim como o sol primeiro nasce na Índia e depois vai espalhando a sua luz para os países do Ocidente, o brilho inigualável da verdade espiritual primeiro surge na Índia e gradualmente se espalha pelos países ocidentais.
Fonte: Sri Krsna-samhita, pág. 48 de Akincana Sri Kedaranatha Datta (Bhaktivinoda Thakura), de
1880.