"A Suprema Personalidade de Deus disse: É somente a luxúria, Arjuna, ou seja, o desejo de desfrutar dos objetos dos sentidos, que nasce do contato com o modo material da paixão e mais tarde se transforma em ira, que é o inimigo pecaminoso que a tudo devora neste mundo." (Bhagavad-gītā 3.37)
"Os sentidos, a mente e a inteligência são tidos como as residências desta luxúria. Através deles, a luxúria confunde o ser vivo e obscurece o verdadeiro conhecimento que ele possui." (Bhagavad-gītā 3.40)
Diz Srila Bhativinoda Thakura: "Ao aceitar um corpo, o atma, ou o ser vivo consciente e puro, fica conhecido como dehi [encarnado]. Enquanto habitar os sentidos, a mente e a inteligência, a luxúria manterá oprimido o conhecimento do ser vivo. Avidya, ou ignorância, é o estado sutil da luxúria. É essa avidya, e apenas ela, que originalmente oferece à jiva, ou atma, que é um ser atômico e consciente dotado de ego puro, o véu inicial da ignorância - o falso ego material. A inteligência material serve de abrigo para a luxúria, ou ignorância.
Mais tarde, com o desenvolvimento do falso ego material, a inteligência material disponibiliza a mente como um segundo refúgio para a luxúria. A mente sempre ansiosa atrás dos objetos dos sentidos, propicia, então, os sentidos como o terceiro habitat para a luxúria. Ao abrigo desses três lugares, a luxúria projeta a jiva na experiência do prazer mundano. O fato de a jiva voltar-se para Sri Bhagavan por sua própria vontade chama-se conhecimento, ou vidya, ao passo que avidya é o fato de ela, também por vontade própria, tornar-se avessa a Sri Bhagavan".
Comentário rasika-ranjana de Srila Bhativinoda Thakura no Srimad Bhagavad-gita 1.40.
"Pode-se destruir o inimigo, a luxúria, ao se adquirir a arma do conhecimento do eu (atma-jnana)."
Comentário de Srila BV Narayana Goswami Maharaja na Srimad Bhagavad-gita 1.37.