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Narasimha deva
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('nara'=homem, 'simha'=leão).
A narrativa purânica diz que um demônio muito poderoso quis solicitar ao criador Brahma a bênção da imortalidade. Brahma disse que a imortalidade era algo impossível de ser obtida já que ela não faz parte da criação (todo ser criado deve ser mortal).
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Senhor Brahma |
Tendo praticado severas austeridades, Hiranyakashipu agradou Brahma, que apareceu para ele, oferecendo-lhe a benção que pedisse.
Por esperteza esse demônio (Hiranyakshipu) pediu a Brahma que não fosse morto nem de dia nem de noite, por qualquer criatura jamais criada, ou por qualquer criatura nascida de uma mãe, de um pai, de um ventre, de um ovo ou gerada por qualquer outra entidade viva criada, que não morresse em um canto qualquer, nem na terra, nem na água e nem no ar, que não fosse morto por qualquer tipo de arma, que o metal jamais perfurasse sua carne, que sempre estivesse livre de doenças provocadas por micro-organismos, que sempre fosse protegido de catástrofes naturais e que o seu próprio corpo e mente não fossem jamais causa da sua morte.
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Hiranyakashipu |
Brahma foi bastante solícito em conceder-lhe todas essas bênçãos, que aos olhos de um simples mortal equivalem à imortalidade.
Hiranyakashipu tornou-se um flagelo para toda a criação, vivendo sempre em busca de prazeres mundanos, tais como ouro (hyranya) e cama e comida farta (kashipu), rapinando a própria espécie e todas as demais.
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Praladha orando |
Seu filho, o humilde Praladha, invocou o poder de Vishnu para protegê-lo do seu pai que não suportava que seu filho fosse seu devoto.
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Narasimha estripando Hiranyakasipu |
Vishnu encarnou como Narasimha (metade Homem metade leão) e cumpriu as bênçãos proferidas por Brahma: a sua forma era inusitada e jamais havia sido criada por Brahma, ele surgiu do meio de um pilar de pedra e não foi gerado por uma mãe, pai, ventre, ovo, etc., a morte ocorreu no crepúsculo, nem de dia e nem de noite. Narasimha o matou sobre o seu joelho usando a unha para estripá-lo (sobre o joelho é o tipo de “lugar nenhum,” nem na terra, nem na água e nem no ar, e a unha não é um arma de metal) e foi assim que o demônio morreu gozando de excelente saúde.
É sempre curioso, inclusive para algumas personalidades dessa famosa história, o fato de Brahma conceder bênçãos para demônios, que sempre as usam para aterrorizar toda a criação. Porém, Brahma, como criador, ama igualmente todas as criaturas, sejam demônios, humanos, santos ou animais.
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Jaya e Vijaya e os quatro Kumaras |
Uma vez, os grandes sábios,
Sanaka, Sanandana, Sanatana e Sanatkumara visitaram Vaikuntha. Há sete portões
em Vaikuntha loka e quando os sábios tentaram entrar no sétimo portão, os
porteiros, Jaya e Vijaya os pararam bloqueando o caminho com sua equipe, e assim
ofenderam os sábios. Os sábios os amaldiçoaram para nascerem no mundo material.
Naquele momento, o Senhor
Supremo Vishnu, apareceu lá e informou que a punição dada pelos sábios foi
realmente ordenada por Si mesmo. Os porteiros, Jaya e Vijaya iriam nascer em
uma família demoníaca e estariam firmemente unidos a Ele em pensamento através
de uma concentração mental intensificada pela raiva. Ele também confirmou que
eles retornariam a Vaikuntha em breve. Assim Jaya e Vijaya nasceram neste mundo
material como Hiranyaksha e Hiranyakashipu.