Quando Mahaprabhu se
encontrava em Puri, enviou Nityananda a Bengala, dizendo-lhe: "Além de Ti,
não encontro ninguém que possa difundir o Santo Nome de Krishna ou o serviço
devocional a Krishna na Bengala. Ali as pessoas dedicam-se principalmente ao
método tântrico e ao smrti [classe de literatura sagrada baseado na memória humana]. Dão muita importância a essas trivialidades e
estão envaidecidas, pensando que lograram todo o conhecimento. Em decorrência,
Bengala é um campo de pregação muito difícil. A não ser Tu, ninguém poderia
despertar as massas. Afasta-te das castas mais elevadas e aproxima-te das
massas, com o Santo Nome de Krishna. És a pessoa mais idônea para esse
trabalho".
Nityananda Prabhu foi a
Bengala, porém, nem sequer tentou pregar as glórias do Santo Nome de Krishna.
Ele começou a pregar o nome de Gouranga. Observou que
havia perigo de que as pessoas pensassem que os passatempos de Krishna se
assemelham à sensualidade mundana, à mentira e a tendência ao roubo como se
encontram numa alma degradada. Os passatempos de Krishna são de uma natureza sumamente
confidencial. Resulta muito difícil para as massas compreender a pureza do
Krishna-lila (passatempos de Krishna).
Gouranga é um dínamo
sobrecarregado com a piedade e a bondade mais magnânimas e intensas, que deseja
distribuir Krishna para as pessoas comuns, e ainda com o maior afeto para os
criminosos. Nityananda Prabhu queria pô-los em contato com Gouranga, porque
assim o Krishna-lila estaria automaticamente ao alcance de suas mãos. Ele
começou a pregar sobre Gouranga, e não sobre Radha-Krishna, como havia ordenado
Mahaprabhu.
Portanto, Nityananda Prabhu diz: bhaja gauranga kaha gauranga, laha gouranga nama. "Adorem Gouranga, falem só de Gouranga e cantem o nome de Gouranga."
Relato de Srila Bhakti Rakshak Sridhar Dev-Goswami Maharaj, extraído do texto Nityananda Prabhu, o Guru Original.