Gaṇgā dāsahara – Adoração a Gaṇgā-devi.

 
Sri Ganga, em Antardvipa, Mayapura, em Sri Navadvipa Dham

Senhor Vamanadeva

  Hoje é o dia auspicioso da vinda de Ganga para este mundo. Quem é Ganga? Ganga tem duas formas. Uma forma está vindo dos pés de lótus do Senhor Vamanadeva. Seus pés de lótus foram adorados pelo Senhor Brahma, que os lavou na água do Oceano Causal. Brahma colocou aquela água em seu kamandalu (pote de água), e de lá o Rei Bhagiratha a trouxe para este mundo. [Bhagiratha,um dos antepassados ​​de Sri Rama, foi o rei que realizou austeridades para trazer o Ganges para a Terra, para salvar seus ancestrais.]
 
  Há outra história, que está no Brahma-vaivarta Purana. Ganga é uma sakhi, uma gopi como Lalita, Visakha, Srimati Radhika, Candravali e outras semelhantes. Um dia, Sri Krsna estava sentado com Ganga-sakhi e estava envolvido em algumas conversas agradáveis. Nesse meio tempo, Srimati Radhika veio e os viu, e Ela pensou: "Oh, Krsna está se encontrando com Ganga-sakhi?"

 
 O Senhor Krsna ficou envergonhado e Ganga também ficou envergonhada. Ela derreteu e tornou-se água, e Krsna também o fez. Esta Ganga envergonhada tornou-se água, e uma gota dessa água tornou-se o Rio Viraja (Oceano Causal) - a linha divisória entre Vaikuntha (mundo espiritual) e este mundo material. Karanodakasayi Visnu está dormindo naquele oceano, e Laksmi-devi o está massageando.

Karanodakasayi Visnu e Laksmi-devi
  Então, uma gota se tornou Viraja, onde Karanodaksayi Visnu reside. Quando o pé do Senhor Vamanadeva alcançou Brahma-loka, o Senhor Brahma pegou um pouco de água daquele Oceano Causal e lavou os pés de lótus de Vamanadeva. Aquela água do banho então se tornou o rio Ganges neste mundo. Na Terra, o Ganges é chamado Bhagirathi, no céu, Mandakini, e em Patal-loka, Bhogavati. Assim, esta Ganga (Ganges) é Ganga-sakhi também.


 Explicação de Tridandisvami Sri Srimad Bhaktivedanta Narayana Maharaja (Los Angeles, Califórnia, 4 de junho de 1998 ).

A morada do Senhor Krsna.

 
   Gokula é a superexcelente morada de Krsna. Esta morada assume a forma de uma exclusiva flor de lótus divina de milhares de pétalas, e em cujo âmago [interior] se encontra o próprio lar de Krsna.(verso dois)

   O centro da lótus divina é o amago  - a residência de Krsna. Tal como um diamante, a refulgente entidade suprema de Krsna, a fonte de todas as potências divinas, preside como o pivô central. (verso três)

   O âmago daquela eterna morada sagrada chamada de Gokula é a terra hexagonal [Que tem seis lados ou faces] da morada de Krsna. Os estames ou as pétalas são as residências dos pastores ou gopas que pertencem a Krsna e que são Seus mais amados amigos e devotos mais amantes que fazem parte de Seu próprio Ser. Aquelas moradas parecem ser várias paredes, todas belamente refulgentes. A vasta folhagem daquela lótus constitui as subflorestas que são as moradas das donzelas amorosas de Krsna, encabeçadas por Sri Radhika. (verso quatro)


O Senhor Brahma


Fonte: Sri Brahma-Samhita.









O Senhor Brahma meticulosamente compilou esta gema, o Sri Brahma-Samhita, que é uma mina de siddhanta, ou conclusões perfeitas; assim, Brahma cantou as infindáveis glorias de Sri Krsna.” (Palavras de Srila Satchidananda Bhaktivinoda Thakur)
Srila  Bhaktivinoda Thakur

Srimad Vrndavana dasa Thakura: o Vyasa dos passatempos do Senhor Caitanya


   Nasceu em Mamagachi, na área de Navadvipa, Bengala Ocidental, no ano de 1507, quatro anos após a aceitação de sannyasa por parte de Sri Caitanya Mahaprabhu. É o autor da primeira hagiografia [biografia de santos] completa do avatara dourado (Caitanya Mahaprabhu), de nome Sri Caitanya-Bhagavata, composta em bengali.

Mamgachi
   A mãe de Vrndavana dasa foi Sri Narayani devi, sobrinha de Srivasa Thakura (a encarnação de Narada Muni). Ele descreve como sua mãe – Kilambika devi nos passatempos de Krsna - recebeu a misericórdia do Senhor Caitanya na forma da sobra de Seus alimentos.

Sri Nityananda Prabhu
  
 Quando Caitanya Mahaprabhu desapareceu deste mundo, Vrndavana dasa não tinha mais do que vinte anos de idade. Pouco tempo depois, entretanto, aceitou iniciação de Sri Nityananda Prabhu e parece ter sido o último discípulo aceito por Ele.

O templo em Denur, onde Srila Vrindavan Das escreveu o Sri Chaitanya Bhagavat.
  
  Foi no ano de 1535, que em cumprimento a ordem de seu mestre espiritual,  ele escreveu o Sri Caitanya Bhagavata (Caitanya mangala).

   Deixou este mundo após nele permanecer por pouco mais de oito décadas, no ano de 1589. Seu samadhi encontra-se na área dos sessenta e quatro samadhis de Vrndavana.

Seu Samadhi
  
 "Vedavyasa tornou-se Vrindavan Das Thakur. O pastor de vacas amigo de Krishna, Kusumapida, também entrou no corpo de Vrindavana Dasa Thakur".
(Gaura-ganoddesha-dipika 109, de Srila Kavi-Karnapur).

    "Srila Vrndavana dasa Thakura escreveu o Sri Caitanya-mangala (Caitanya Bhagavata), no qual traz, sob todos os aspectos, os passatempos do Senhor Caitanya. Ele primeiramente resumiu todos os passatempos do Senhor e, então, retratou-os vividamente. Srila Vysadeva descreveu os passatempos de Krsna no Srimad-Bhagavatam, e o Vyasa dos passatempos do Senhor Caitanya é Vrndavana dasa". [Srila Krsnadasa Kaviraja Goswami, Caitanya Caritamrta Adi 8.33-45-45, Madhya 4.5 e Antya 20.82,85]
Srila Krsnadasa Kaviraja Goswami

A Giriraj Charan Shila do Sri Sri Radha Damodara Mandir.


     Ela foi dada pelo próprio Sri Krishna a Srila Sanatana Goswami.

   Em todas as quatro sampradayas há um lugar especial para Govardhan e Yamuna, especialmente na Madhva Gaudiya Sampradaya, que considera a Colina de Govardhana como sendo Krishna, e é por isso que eles nunca pisam nela.
  
Srila Sanatana
 Sripad Sanatana Goswami morava em Vrindavan perto do templo de Sri Radha Madana Mohana. Todos os dias ele ia até a colina de Govardhan de Vrindavan para o parikrama. Quando ele envelheceu, essa rotina do parikrama continuou. O próprio Senhor apareceu diante dele e Lhe disse que estava feliz com sua devoção e pediu para que goswamipada ficasse em Vrindavan e servisse a Radha Krishna. Srila Sanatana Goswami disse que sem chegar à colina de Govardhan ele sente dor e sofrimento. Então Krishna deu-lhe uma Govardhan Shila com seu pé impresso, flauta, vara e pegada de vaca sobre ela e disse a goswamipada que, fazendo quatro parikramas nesta Govardhan Sila com os quatro sinais, obteria o mesmo benefício completo de Govardhana parikrama.

Srila Jiva
   Srila Sanatana Goswamipad trouxe esta Shila para Vrindavana e começou a servi-la. Depois de Srila Sanatana Goswami, Srila Jiva Goswamipad recebeu esta Shila, que a colocou no Templo de Sri Radha Damodar. Esta Shila é servida neste templo desde então e, muitos devotos vêm a este templo para fazer parikrama todos os dias, com seus desejos sendo cumpridos. Durante Kartika no dia seguinte a Diwali, Giriraj Sila é trazida do altar principal (Garbh Graha) para o Darshan. Este dia é celebrado como Annakut Mahotsav e quem toma prasadam neste dia recebe as bênçãos de Sri Radha Damodara e Giri Govardhan. 

Obs- Dá pra ver as impressões da pegada de Krishna, bastão de caminhada, flauta e a pegada de vaca na shila.

Srimati Radhika foi para Kurukshetra?


    
  Srimati Radhika possui uma manifestação chamada Samyogini Radha (esforçando-Se para Se encontrar com Krsna) ou Kama (desejosa de Se encontrar com Krsna).

    Samyogini  se refere a expansão parcial de Srimati Radhika  quando Ela vai ao encontro de Krsna em Kuruksetra.

    Motivada por uma imensa cobiça pelo darshana de Sri Krsna, Kama Radha vai para Kuruksetra.
   
  É apenas em Vraja que Ela pode desfrutar a doçura do encontro; em nenhum outro lugar isso é possível. Portanto, Srimati Radhika disse a Krsna :”Vraja é o Meu próprio coração e, quando Me encontro com Você lá e O sirvo, sinto um prazer enorme. Não há outra forma de salvar Minha vida que não essa”.

    Vrsabhanu-nandini Srimati Radhika é a Sua forma original e Ela nunca deixa Vrndavana.
   
 Palavras de Sri Srimad Bhaktivedanta Srila Vana Goswami Maharaja, extraído de seu livro Sri Sva-Niyama Dasakam (Os dez votos de Srila Raghunatha Dasa Gosvami).

Srimati Radhika foi para Dvaraka?


Uma manifestação de Sri Radha original, a filha de Vrsabhanu Maharaja e Kirtida, é Viyogini Radha (angustiada devido à separação de Krsna, ou saboreando o amor distância) ou Vama (em mana, indignada por Krsna tê-La deixado por outra gopi).

Viyogini Radha ou Vama é uma manifestação especial de Sri Radha. Devido à separação que sentia de Sri Krsna, Srimati Radhika pulou do khelan-tirtha do rio Yamuna (um lugar em Viharavana as margens do Yamuna) e foi para Surya-loka (a morada do semideus do Sol),  depois , Ela alcançou Dvaraka.

Enquanto Srimati Radhika estava em Nava-Vrndava ( que fica em Dvaraka), Dvarakanatha apareceu na forma de Vrajendra-nandana e mostrou Seu desejo de Se encontrar com Radhika.

Em sua condição natural, Vrsabhanu-nandini Srimati Radhika nunca deixa Vrndavana.

Todas essas verdades são descristas de forma elaborada por nossos goswamis em seus livros.

 
Palavras de Sri Srimad Bhaktivedanta Srila Vana Goswami Maharaja, extraído de seu livro Sri Sva-Niyama Dasakam (Os dez votos de Srila Raghunatha Dasa Gosvami).

Sri Lala: a deidade manifestada do coração de Srimati Radharani.


  No Templo Sri Sri Radha-Shyamsundar, no seva Kunj, Sridham Vrindavana, encontramos a deidade de SRI SRI LALA-LALEE (também conhecido como "pequena Sri Sri Radha-Shyamsundar").





 "Lala" significa menino e "Lali" refere-se a uma menina. É por isso que o menor par de Deidades no templo é chamado Sri Sri Lala Lali. Lala é a mesma Deidade de Krishna que se manifestou do coração de Radharani e foi dada por Ela a Shyamananda Prabhu para adoração em Vasant Panchami do ano de 1578.

   O rei de Bharatpur encontrou uma divindade automanifesta de Srimati Radharani (Lali) entre seus tesouros em 1580. Ele veio a Shyamananda prabhu em Sri Vrindavan Dham e realizou seu "casamento" com Shyamsundar em Vasant Panchami. As Deidades estão no lado esquerdo do altar.


Se Krsna não sai de Vrndavana, como ele está em Mathura?

Krsna em Mathura
Krsna em Vrndavana

 Diferentes leitores argumentam sobre esse assunto, mas os acaryas gaudiya-vaisnavas esclarecem perfeitamente essa questão com base nas provas filosóficas estabelecidas nas escrituras.

 Vrajenra-nandana Sri Krsnacandra nunca deixa Vrndavana.

Krsna em Dvaraka
 “O Krsna conhecido como Yadu-kumara é Vasudeva Krsna. Ele é diferente do Krsna que é o filho de Nanda Maharaja. Yadu-kumara Krsna manifesta Seus passatempos nas cidades de Mathura e Dvaraka, mas Krsna, o filho de Nanda Maharaja, nunca, sob qualquer circunstância, deixa Vrndavana.” (Sri Caitanya-caritamrta, Antya-lila, 1.67)

   Palavras de Sri Srimad Bhaktivedanta Srila Vana Goswami Maharaja, extraído de seu livro Sri Sva-Niyama Dasakam (Os dez votos de Srila Raghunatha Dasa Gosvami).

Qual o presente inédito dado pelo Senhor Caitanya?


   
   
   Sem ponderar sobre elegibilidade ou inegibilidade, Gaurasundara deu o amor mais elevado nesta Kali-Yuga abençoada (dhanya-kali-yuga). O amor que ele confere é o humor mais elevado de serviço amoroso conhecido como radha-dasyam, o humor de uma serva de Srimati Radhika.

   Antes do advento do Caitanya Mahaprabhu, serviço devocional no humor de uma sakhi já era observado nos escritos de acaryas vaisnavas, tais como os de Sri Bilvamangala, Sri Jayadeva, Sri Candidasa e outros.

 
  O serviço devocional no humor de radha-dasyam ou manjari-bhava (o humor de serva de uma serva de Srimati Radhika), no entanto, é a dadiva inédita dada apenas por Sri Gaurasundara.

 Palavras de Sri Srimad Bhaktivedanta Srila Vana Goswami Maharaja, extraído de seu livro Sri Sva-Niyama Dasakam (Os dez votos de Srila Raghunatha Dasa Gosvami).

A história resumida de Narasimha deva (Sri Nrsimhadeva).


 Narasimha deva


('nara'=homem, 'simha'=leão).

     A narrativa purânica diz que um demônio muito poderoso quis solicitar ao criador Brahma a bênção da imortalidade. Brahma disse que a imortalidade era algo impossível de ser obtida já que ela não faz parte da criação (todo ser criado deve ser mortal).

Senhor Brahma
   Tendo praticado severas austeridades, Hiranyakashipu agradou Brahma, que apareceu para ele, oferecendo-lhe a benção que pedisse.

     Por esperteza esse demônio (Hiranyakshipu) pediu a Brahma que não fosse morto nem de dia nem de noite, por qualquer criatura jamais criada, ou por qualquer criatura nascida de uma mãe, de um pai, de um ventre, de um ovo ou gerada por qualquer outra entidade viva criada, que não morresse em um canto qualquer, nem na terra, nem na água e nem no ar, que não fosse morto por qualquer tipo de arma, que o metal jamais perfurasse sua carne, que sempre estivesse livre de doenças provocadas por micro-organismos, que sempre fosse protegido de catástrofes naturais e que o seu próprio corpo e mente não fossem jamais causa da sua morte.

Hiranyakashipu
   Brahma foi bastante solícito em conceder-lhe todas essas bênçãos, que aos olhos de um simples mortal equivalem à imortalidade.

   Hiranyakashipu tornou-se um flagelo para toda a criação, vivendo sempre em busca de prazeres mundanos, tais como ouro (hyranya) e cama  e comida farta (kashipu), rapinando a própria espécie e todas as demais.

Praladha orando
 Seu filho, o humilde Praladha, invocou o poder de Vishnu para protegê-lo do seu pai que não suportava que seu filho fosse seu devoto.

Narasimha estripando Hiranyakasipu
   Vishnu encarnou como Narasimha (metade Homem metade leão) e cumpriu as bênçãos proferidas por Brahma: a sua forma era inusitada e jamais havia sido criada por Brahma, ele surgiu do meio de um pilar de pedra e não foi gerado por uma mãe, pai, ventre, ovo, etc., a morte ocorreu no crepúsculo, nem de dia e nem de noite. Narasimha o matou sobre o seu joelho usando a unha para estripá-lo (sobre o joelho é o tipo de “lugar nenhum,” nem na terra, nem na água e nem no ar, e a unha não é um arma de metal) e foi assim que o demônio morreu gozando de excelente saúde.

   É sempre curioso, inclusive para algumas personalidades dessa famosa história, o fato de Brahma conceder bênçãos para demônios, que sempre as usam para aterrorizar toda a criação. Porém, Brahma, como criador, ama igualmente todas as criaturas, sejam demônios, humanos, santos ou animais.

 Jaya e Vijaya e os quatro Kumaras

 Uma vez, os grandes sábios, Sanaka, Sanandana, Sanatana e Sanatkumara visitaram Vaikuntha. Há sete portões em Vaikuntha loka e quando os sábios tentaram entrar no sétimo portão, os porteiros, Jaya e Vijaya os pararam bloqueando o caminho com sua equipe, e assim ofenderam os sábios. Os sábios os amaldiçoaram para nascerem no mundo material.

 Naquele momento, o Senhor Supremo Vishnu, apareceu lá e informou que a punição dada pelos sábios foi realmente ordenada por Si mesmo. Os porteiros, Jaya e Vijaya iriam nascer em uma família demoníaca e estariam firmemente unidos a Ele em pensamento através de uma concentração mental intensificada pela raiva. Ele também confirmou que eles retornariam a Vaikuntha em breve. Assim Jaya e Vijaya nasceram neste mundo material como Hiranyaksha e Hiranyakashipu.

Nityananda Prabhu desobedece Sri Chaitanya Mahaprabhu.


   
  
 Quando Mahaprabhu se encontrava em Puri, enviou Nityananda a Bengala, dizendo-lhe: "Além de Ti, não encontro ninguém que possa difundir o Santo Nome de Krishna ou o serviço devocional a Krishna na Bengala. Ali as pessoas dedicam-se principalmente ao método tântrico e ao smrti [classe de literatura sagrada baseado na memória humana]. Dão muita importância a essas trivialidades e estão envaidecidas, pensando que lograram todo o conhecimento. Em decorrência, Bengala é um campo de pregação muito difícil. A não ser Tu, ninguém poderia despertar as massas. Afasta-te das castas mais elevadas e aproxima-te das massas, com o Santo Nome de Krishna. És a pessoa mais idônea para esse trabalho".

 Nityananda Prabhu foi a Bengala, porém, nem sequer tentou pregar as glórias do Santo Nome de Krishna. Ele começou a pregar o nome de Gouranga. Observou que havia perigo de que as pessoas pensassem que os passatempos de Krishna se assemelham à sensualidade mundana, à mentira e a tendência ao roubo como se encontram numa alma degradada. Os passatempos de Krishna são de uma natureza sumamente confidencial. Resulta muito difícil para as massas compreender a pureza do Krishna-lila (passatempos de Krishna). 

   A mente das massas não pode aceitar que o Krishna-lila é o ganho mais elevado. Por isso, Nityananda Prabhu observou que seria problemático pregar o Krishna-lila, e que seria mais fácil pregar o Goura-lila, no qual Krishna veio para distribuir-Se ao público, com uma enorme riqueza em Sua mente.

  Gouranga é um dínamo sobrecarregado com a piedade e a bondade mais magnânimas e intensas, que deseja distribuir Krishna para as pessoas comuns, e ainda com o maior afeto para os criminosos. Nityananda Prabhu queria pô-los em contato com Gouranga, porque assim o Krishna-lila estaria automaticamente ao alcance de suas mãos. Ele começou a pregar sobre Gouranga, e não sobre Radha-Krishna, como havia ordenado Mahaprabhu. 



  Portanto, Nityananda Prabhu diz: bhaja gauranga kaha gauranga, laha gouranga nama. "Adorem Gouranga, falem só de Gouranga e cantem o nome de Gouranga."

Relato de Srila Bhakti Rakshak Sridhar Dev-Goswami Maharaj, extraído do texto Nityananda Prabhu, o Guru Original.



Sri Panca-Tattva: entendendo os associados do Senhor Gouranga.



  Srila Narottama Dasa Thakura descreve as glórias completas dos associados de Seus Senhores Sri Sri Gaura Nitai em seu livro Prarthana, na canção "Savarana Sri Gaura Mahima" (As Glórias de Sri Gauranga):


gaurangera sangi-gane, nitya-siddha kari 'mane, se yaya vrajendra-suta pasa
sri-gauda-mandala-bhumi, yeba jane cintamani tara haya vraja-bhume vasa

   
   Aquele que aceita os associados do Senhor Caitanya Mahaprabhu como nitya-siddhas, certamente será elevado ao reino espiritual para se tornar um associado do Senhor Supremo. Deve-se também saber que Gauda-mandala-bhumi - aqueles lugares na Bengala onde Sri Caitanya Mahaprabhu permaneceu - são iguais a Vrajabhumi, ou Vrndavana. Não há diferença entre os habitantes de Vrndavana e os de Gauda-mandala-bhumi, ou Sridhama Mayapur.


    Srila Prabhupada diz: Todos os associados de Caitanya Mahaprabhu são nitya-siddhas, ou eternamente perfeitos. Nityananda Prabhu é Balarama, a expansão imediata de Krishna; Advaita Prabhu é Maha-Vishnu (Ele também é vishnu-tattva) e Sadashiva; Gadadhara Prabhu é uma expansão de Radharani; e Srivasa é uma encarnação de Narada. 

Nityananda Prabhu

 Advaita Prabhu
Srivasa
Gadadhara Prabhu

  Eles são nitya-siddha ou eternamente perfeitos. Eles nunca estiveram em contato com a contaminação material. Devemos entender que, como o Senhor Caitanya Mahaprabhu, o próprio Krishna, é transcendental, da mesma forma, seus associados pessoais também são nitya-siddha, ou eternamente transcendentais. Se jay brajendra-suta-pas. Brajendra-suta significa Krishna. Simplesmente aceitando que os associados do Senhor Caitanya são eternamente livres, pode-se imediatamente ser promovido à morada transcendental do Senhor Krishna.

"Eu me curvo ao Senhor Krishna , que aparece como um devoto supremo (Lord Chaitanya), como Sua expansão pessoal (Sri Nityananda), Seu acharya (Sri Advaita), Seu devoto (Sri Srivasa) e Sua energia (Sri Gadadhara), e que é a fonte de força para os devotos. " ( Chaitanya Charitamrita Adi 1.147.6 )