Os 19 símbolos nos pés de lótus de Srimati Radharani.

Os pés de Lótus de Srimati Radharani com os símbolos.

Texto Dois

   Eu adoro Śri Rādhā, cujos pés são dotados com as 19 grandes opulências. No pé esquerdo, o guarda-sol, disco, bandeira, videira, flor, pulseira, lótus, linha superior, aguilhão de elefante, meia-lua e cevada; no pé direito, a lança, maça, carruagem, altar, brincos, peixe, montanha e búzio.




Fonte: Sri Rūpa-cintāmaṇi, "A jóia da beleza de Cintāmaṇi", Srila Vishvanath Cakravarti Thakura.






1.Guarda Chuva ( chatra) - os Seus devotos ficam protegidos da chuva dos desejos materiais.

2. Disco (Chakra) - corta os seis inimigos dos devotos - luxúria, ira, cobiça, ilusão, inveja e confusão.

3. Bandeira (Dhvaja) - suprema vitória.

4. Arbusto (Valli) - o desejo espiritual dos Seus devotos cresce até alcançar Seus pés.

5. Flor (Pushpa) - a fama dos Seus pés espalha-se como a fragrância das flores.

6. Bracelete (Valaya) - os pés de Radha estão sempre nas mãos de Krsna.

7. Lótus (Kamala ou padma) - aumenta o anseio pelo néctar espiritual.

8. Linha Superior (Urdhva Rekha) - os Seus devotos alcançam o mundo espiritual.

9. Aguilhão de Elefante (Ankusha) - mantém a mente dos devotos controlada.

10. Meia Lua (Ardha Chandra) - a Lua ajuda a apaziguar a mente, com seus raios refrescantes que mostram o néctar.

11. Semente de cevada (Java) - assim como uma pequena semente de cevada, a passagem por este mundo material é muito curta para aqueles que se refugiam a Seus pés.

12. Lança (Shakti) - Assegura que as amarras das esferas mundanas são cortadas.

13. Maça (Gada) - Seus pés podem castigar o elefante louco da luxúria.

14. Carruagem (Ratha) - os Seus pés mostram-nos o caminho a seguir.

15. Altar (Vedi) - Aqueles que meditam nos pés de Radha queimam seus pecados no altar de sacrifício.

16. Brinco (Kundala) - Krsna sempre ouve o ruído das tornozeleiras de Sri Radha.

17. Peixe (Matsya) - os Seus pés viverão no coração liquefeito por emoções amorosas suaves.

18. Montanha (Parvata) - Mesmo Govardhana serve os pés de lótus do divino casal.

19. Búzio (Shankha) - Aqueles que refugiam-se a Seus pés de lótus tornam-se destemidos.



 Obs - A descrição também é tirada do Skanda Purana, Matsya Purana, Garga Samhita, Sarartha Darsini (Tika de Srila Visvanatha Cakravarti Thakura do Srimad Bhagavatam), Ananda Candrika (Tika de Srila Visvanatha Cakravarti Thakura do Govinda Lilamrta), Rupa Cintamani de Srila Visvantha Cakravarti Thakura e do Sri Kara Pada Yugala Samahrti de Srila Jiva Goswami. 

Patriotismo é luxúria.


  Até mesmo o patriotismo é luxúria. Porque nós amamos nosso país? Pensamos: “Eu nasci neste país e suas árvores, rios, montanhas e, assim por diante, deleitam minha mente e o meu coração”.  Nosso amor é baseado em nosso próprio prazer. Amamos tudo que traz deleite aos nossos sentidos, que é aprazível à mente.

Palavras de Sri BV Trivikrama Goswami Maharaj.


O que é luxúria?


   Qualquer esforço que almas condicionadas como nós venhamos a realizar para satisfazer os nossos sentidos é luxúria.

  Neste mundo, nos falamos de amor conjugal ou amor fraternal, mas nenhum deles é amor verdadeiro, porque o único propósito de tal “amor” é o de satisfazer os nossos próprios sentidos. Por que um marido ama sua esposa? Porque por meio dela ele pode gratificar os seus sentidos. Da mesma forma, uma esposa satisfaz os seus sentidos por meio de seu marido. O ato mútuo de gratificação dos sentidos entre eles não pode ser chamado de amor. Tudo isso é luxuria.

  “O desejo de satisfazer os próprios sentidos é chamado de kama (luxúria), mas o desejo de satisfazer os sentidos de Sri Krsna é conhecido como prema (amor transcendental)”. (Sri Chaitanya-charitamrta, Adi-lila, 4.165).

Trecho de uma aula de Sri BV Trivikramna Goswami Maharaj , em 1988.

Os 19 símbolos nos pés de lótus de Krsna.

Os pés de Lótus do Senhor Sri Krishna com os símbolos.

Texto Um
   Adoro o Senhor Hari, cujos pés são dotados das 19 grandes opulências. No pé esquerdo: a meia-lua, o pote de água, o triângulo, o arco, o céu, a pegada da vaca, o peixe e a concha. No pé direito: estrela pontiaguda, svastika, roda, sombrinha, cevada, aguilhão de elefante, bandeira, raio, fruta jambu, linha ascendente e lótus.

Fonte: Sri Rūpa-cintāmaṇi, "A jóia da beleza de Cintāmaṇi",
Srila Vishvanath Cakravarti Thakura.


1.Meia Lua (Ardha Chandra). A Lua ajuda a apaziguar a mente, com seus raios refrescantes que mostram o néctar.

2.Potes de Água (Kalasam). Os pés de lótus de Krsna possuem um néctar que é consumido livremente pelos Seus devotos.

3.Triângulo (Tri Kona). Os devotos livram-se dos três modos da natureza material.

4. Arco (Dhanusi). Aqueles que refugiam-se em Syama livram-se de todas as dificuldades.

5.Éter ou Círculos Concêntricos (Kham). Na dança da Rasa, Krsna está no centro das Gopis.

6.Pegada de um Bezerro (Goshpadam). As almas rendidas à Krsna ultrapassam o vasto oceano da existência material.

7.Peixe (Matsya). Os Seus pés viverão no coração liquefeito por emoções amorosas suaves.

8.Búzio (Shankha). Aqueles que refugiam-se a Seus pés de lótus tornam-se destemidos.

9. Estrela de oito pontas ou Octógono (Konashtakam). Proteção em todas as direções.

10.Suástica (Svastikam). Nada inauspicioso afeta aqueles que tem os pés de lótus nos seus corações.

11. Roda (Chakra). Todos os dias ao acordar, preste reverência ao seu Guru e ao Vaisnava de quem você ouviu isto, e a todo o guru-parampara. E então medite na cakra. Nós temos seis inimigos: Luxúria, ira, inveja, cobiça, ilusão e confusão. Krsna irá matá-los.

12.Guarda Chuva (Chatra). Os Seus devotos ficam protegidos da chuva dos desejos materiais.

13. Cevada (yava ou jou). Foi o primeiro grão criado, para aquela que pessoa que meditar nesta marca de cevada, Krsna proverá quaisquer riqueza desejada.

14. Aguilhão (bastão usado para domar os elefantes) (ankusha). O condutor do elefante usa um aguilhão para controlá-lo. Srimati Radhika controla Krsna com Seu aguilhão de man (raiva transcendental). Meditar nos pés de Krsna transforma em pedaços as reações kármicas dos devotos.

15. Bandeira (dhvaja). Significa vitória. Isso quer dizer que se você se lembra da bandeira dos pés de Krsna, você conquistará maya. Isso significa vitória sobre maya.

16. Raio (pavi). O raio destrói toda luxúria e raiva. Luxúria e raiva são como uma montanha enorme. Como destruir a montanha? Com um raio, como os que Indra enviou para destruir Braj. Da mesma forma, se você se lembrar do raio nos pés de lótus de Krsna, toda sua luxúria e raiva serão destruídos.

17.Fruta de Jambu (jambu). De acordo com a Cosmografia Védica os residentes de Jambudvipa conhecem os pés de lótus do Senhor.

18.Linha Superior (Urdhva Rekha). Os Seus devotos alcançam o mundo espiritual.

19. Flor de lótus (Kamala ou ambujam). Quem quer que medite todos os dias na flor de lótus, terá a mente atraída pelos pés de Krsna, assim como uma abelha é atraída pela flor de lótus.

Qual o primeiro Vyasa-puja?




  A adoração de Srila Sukadeva Gosvami a Srila Vyasadeva, seu pai e mestre espiritual, foi o primeiro Vyasa-puja realizado. Posteriormente, Srila Sukadeva Gosvami foi adorado por Srila Suta Gosvami. Esta foi o segundo Vyasa-puja. Desta forma, a tradição de Vyasa-puja começou. Portanto, Vyasa-puja, ou Guru-puja, tem sido praticado desde tempos imemoriais. A adoração a Sri Guru é realizada mesmo antes da adoração, ou puja, a Sri Krsna.

Explicação de Srila  Bhaktivedanta Narayana Gosvami Maharaja, em 16 de julho de 2008.

Quando realmente realizaremos Vyasa-puja?


Srila Vyasadeva

  Srila Vyasadeva, que é a encarnação do Senhor Narayana, nasceu no dia de lua cheia do mês de Asadha. Na Índia, todos adoram seu mestre espiritual neste dia, que é comemorado com grande honra e reverência como Sri Vyasa-puja, ou Sri Guru-puja. Simplesmente colocar uma guirlanda no pescoço de Sri Guru ou oferecer a seus pés algumas flores e frutas, alguma quantia de dinheiro, doces ou roupas, não significa que a adoração verdadeira ao guru tenha sido realizada. O verdadeiro Vyasa-puja significa entregar-se completamente aos pés de lótus de Srila Gurudeva e satisfazer seus desejos.

  O real Guru-puja não pode ser realizado até que o sentimento de rendição incondicional aos pés de lótus de Sri Guru desperte no coração. 

Parte da palestra proferida por Srila  Bhaktivedanta Narayana Gosvami Maharaja, em 16 de julho de 2008, na Sri Kesavaji Gaudiya Matha em Mathura.



Qual é verdadeiramente a meta mais desejada no mundo?


   
 É o serviço aos pés de lótus do Casal Divino, Sri Sri Radha Krsna. Servir aos Seus pés de lótus é, sem dúvida, o nosso único propósito na vida. Embora seja extremamente raro obter isso, se alguém se fixa no refúgio aos pés de lótus de um Guru verdadeiro, essa meta quase inatingível pode ser obtida. Em outras palavras, se nos rendermos aos pés de lótus do Guru fidedigno e praticarmos servindo ao Divino Casal, de acordo com seus ensinamentos e instruções, poderemos alcançar o serviço amoroso transcendental a Sri Sri Radha Krsna muito rapidamente.

 “O verdadeiro significado das escrituras (Srutis) revela-se nos corações daquelas grandes almas, que possuem semelhante Bhakti inabalável pelo seu Guru e pelo Senhor Supremo.” Svetasvatara Upanishad (6.23)

Palavras de Srila  Bhaktivedanta Narayana Gosvami Maharaja, em 16 de julho de 2008

Srila Svarupa Damodara Gosvami e Srila Sivananda Sena .


 No dia auspicioso de Jagannatha Ratha-yatra em Puri, dois dos associados mais confidenciais do Senhor Caitanya - Srila Svarupa Damodara Gosvami e Srila Sivananda Sena - deixaram este mundo para retornar à morada suprema.

 Svarupa Damodara Gosvami 
   SWARUPA DAMODARA GOSWAMI era o secretário pessoal de Sri Caitanya Mahaprabhu. É dito que ele era como um segundo Mahaprabhu porque ele era profundamente entendido das conclusões do Senhor em Krishna-bhakti, serviço devocional a Krishna. Ele era um grande estudante bem como um exímio músico. Na companhia de Srila Swarupa Damodara Goswami a Jagannatha Puri, Sri Caitanya Mahaprabhu experimentava as emoções mais profundas do serviço devocional. (Veja Sri Caitanya-caritamrta, Adi-lila 4.105 e Madhya-lila 10.102-129 e 13.163-167).

   Os humores interiores do Senhor Caitanya Mahaprabhu, especialmente em Puri, não eram fáceis de entender, e eles eram desconhecidos para a maioria dos devotos. Somente Svarupa Damodara Gosvami, que era o mais íntimo associado de Sri Caitanya Mahaprabhu em Puri, poderia realmente entendê-los.

"Sri Caitanya Mahaprabhu entregou Srila Raghunata Dasa Gosvami a Svarupa Damodara a fim de que fosse instruído em bhajana sob a orientação deste, que é a própria Lalita-saki em krsna-lila." Srila  Bhaktivedanta Vana Maharaja
   
O Senhor Nityananda  e Sivananda Sena

    SIVANANDA SENA, um associado do Senhor Caitanya, usou todas suas posses e riqueza no serviço do Senhor Caitanya e dos seus devotos. Ele levava um grupo de 200 devotos da Bengala para Jagannatha Puri para assistir ao festival anual de Ratha-yatra todos os anos. Ele organizava a alimentação dos devotos, pedágios, balsas, e alojamento. A família de Shivananda Sena e criados eram todos dedicados ao Senhor Caitanya Mahaprabhu. (Veja Sri Caitanya-caritamrta, Adi-lila 10.54-55 e 10.60-64, e Antya-lila 1.16-32, 2.22-82, 10.142-151 e 12.15-53).

 Kavi Karnapura, o filho de Sivananda Sena, diz no Gaura-ganodesh-dipika: “Sivananda Sena é a encarnação de amor de Sri Chaitanya Deva. E nos passatempos eternos de Deus [Krishna lila] ele é a associada íntima [Vira gopi] e mensageira de Srimati Radharani.”

Guṇḍicā-mārjana (limpeza do Templo de Guṇḍicā)

O templo de Guṇḍicā

             O rei  Indradyumna

  O templo de Guṇḍicā fica a duas milhas a nordeste do templo Jagannātha. Na época do festival de Ratha-yātrā, o Senhor Jagannātha vai ao templo de Guṇḍicā do seu templo original e permanece lá por uma semana. Depois de uma semana, ele retorna ao seu templo original. A esposa de Indradyumna, o rei que estabeleceu o templo Jagannātha, era conhecida como Guṇḍicā. Há também menção do nome do templo Guṇḍicā em escritura autorizada. A área do templo Guṇḍicā é estimada em 288 côvados por 215 côvados (um côvado é cerca de um pé e meio). O templo principal no interior é de cerca de 36 côvados por 30 côvados, e o salão kīrtana é de 32 côvados por 30 côvados.

Explicação de A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupāda.( CC Madhya 12,73)




Śrī Caitanya Mahāprabhu e Seus associados limpando o templo de Guṇḍicā
  
 Guṇḍicā mandira-mārjana é a limpeza (mārjana) do templo Guṇḍicā (mandira). Este festival é realizado todos os anos em Jagannātha Purī no dia anterior ao festival de Ratha-yātrā no qual o Senhor Jagannātha viaja do templo principal de Jagannātha, representando Dvārakā, ao templo de Guṇḍicā, representando Vṛndāvana. Enquanto residia em Jagannātha Purī, Śrī Caitanya Mahāprabhu costumava levar todos os  Seus associados   para limpar o templo de Guṇḍicā neste dia.

  Devemos tentar limpar nosso coração. A primeira coisa a limpar é aparādha (ofensas aos Vaisnavas, ao santo nome, ao santo dhama e a outros seres vivos), que são representados por enormes pedras. Depois disso é kuṭināṭī (comportamento hipócrita), jīva-hiṁsana (violência a qualquer entidade viva), lābha-pūjā (o desejo de ser adorado) e pratiṣṭha (o desejo de honra e fama); estes são representados por poeira. 

 
 Sri Caitanya Mahāprabhu disse que se quisermos trazer Kṛṣṇa (Jagannātha) para o nosso coração, teremos que limpá-lo como Ele mesmo limpou o templo. Quem vai limpar nossos corações? Vaiṣṇava e guru farão isso, mas nós devemos tentar seguir suas instruções. O desempenho de bhajana não será suficiente sem tirar proveito de sādhu-saṅga. 

Explicação de Srīla Bhaktivedānta Nārāyaṇa Mahārāja.

Qual a função de Durga no mundo material?

 
   Este mundo material é conhecido como “Devi-dhama”, cuja deidade principal é Durga.

  A alma é uma partícula da consciência. Quando comete a ofensa da aversão ao serviço a Krsna, ela é impulsionada pela potência atraente de Maya. Logo que ela é desse modo distraída,  Durga a restringe a um corpo grosseiro feito de cinco elementos materiais básicos [Éter, Ar, Fogo, Água e Terra],seus atributos  e os onze sentidos [os olhos, os ouvidos, o nariz, a língua, a pele,a voz, as pernas, as mãos, o ânus,os órgãos genitais e a mente (Bhagavad-gītā 13.6-7)], que são como  o  uniforme de um prisioneiro e, então, ela arroja [arrasta] a alma na roda de karma.

  Resolvendo-se nesse ciclo, a alma-jiva experimenta a felicidade e a tristeza, o céu e o inferno e tudo mais. Além disso, ela concede à alma dentro do corpo grosseiro, um corpo sutil que consiste de mente, inteligência e ego. Ao deixar um corpo grosseiro, o jiva, naquele corpo sutil, abriga-se em outro corpo grosseiro. Até ser liberta, a alma não pode largar seu corpo sutil composto de desejos malignos. Quando o corpo sutil é abandonado, a alma se banha nas águas do rio Viraja [a divisa do mundo material e espiritual] e se dirige para morada do Senhor Hari. Durga realiza essas tarefas pela vontade do Senhor Govinda.

Palavras de Srila Bhaktivinoda Thakur, em seu comentário no verso 44,  do Sri Brahma-Samhita.