Srila Gaura Kisora dasa Babaji: o grande mestre de Srila Bhakti Siddhanta Saraswati Thakur.



Gaura Kisora dasa Babaji

 Como chefe de família, ele estava envolvido com o comércio agrícola e com essa renda, cuidava de sua esposa e família honestamente. Após o falecimento de sua esposa, Gaura Kisora renunciou à sua casa e foi para Vrindavana, onde foi iniciado em vairagi vesha (ordem renunciada) por Srila Bhagavata Dasa Babaji, um dos principais discípulos de Srila Jagannatha Dasa Babaji.

Jagannatha Dasa Babaji.
   Em 1893, quando o Yoga Pitha, local de aparecimento de Sri Caitanya Mahaprabhu, foi inaugurado, ele partiu para Navadvipa sob as ordens de Srila Jagannatha Dasa Babaji, onde permaneceu por toda sua vida.
   Sua única roupa era uma tira de pano em volta da cintura e frequentemente, estava totalmente nu. Ele cantava japa em contas de colar ou às vezes em pano trançado, usando-os como substitutos da japa-mala (terço de contas de tulasi). Costumava ir à Godrumadvipa ouvir Srila Bhaktivinoda Thakura recitar a escritura sagrada Srimad Bhagavatam. Sentado no isolamento, ele cantava 200.000 nomes de Krishna todo dia (128 voltas de japa). Ele carregava dois livros escritos por Sri Narottama Dasa: Prarthana e Prema-bhakti-chandrika.
   O devoto Giribabu e sua esposa imploraram a Gaura Kisora para que ele ficasse na casa deles em Navadvipa. Gaura Kisora, movido pela devoção sincera, finalmente concordou sob a condição de que ele viveria apenas no banheiro, onde ali executaria Hari-bhajana. Giribabu tentou convencê-lo a mudar de ideia, mas Gaura Kisora manteve-se firme. Contrariado, Giribabu providenciou ter o banheiro cuidadosamente limpo, e Gaura Kisora usava-o para Hari-Bhajana. A alma realizada pode praticar Hari-bhajana em qualquer lugar, de forma despreocupada, e onde quer que ele resida, o local se torna Vaikuntha.

 Srila Bhakti Siddhanta Saraswati Thakur
cantou as glórias de seu adorado Gurudeva, Srila Gaura Kishor Das Babaji Maharaj, afirmando:
“Todo o conhecimento espiritual está contido em uma partícula de poeira dos seus pés de lótus”.
 Em 19 de novembro de 1915, Shrila Gaura Kishora Dasa Babaji Maharaja juntou-se ao eterno e feliz Passatempo de Gandharvika Giridhari. Seu amado discípulo, Shrila Bhaktisiddhanta Saraswati Thakura, estabeleceu seu samadhi nas margens do Radha-Kunda de Shri Chaitanya Matha, próximo ao Yogapitha do Senhor Chaitanya em Shridhama Mayapur.

   Em Vraja lila ele serve Shrimati Radharani como Guna-manjari.





Śrīmad Bhakti Dayita Mādhava Gosvāmī Mahārāja: a energia vulcânica.


   
 Um dos luminares brilhantes do céu Gauḍīya, Śrī Śrīmad Bhakti Dayita Mādhava Gosvāmī Mahārāja foi discípulo iniciado por Śrīla Bhaktisiddhānta Sarasvatī Ṭhakurā Prabhupāda, que logo se tornou famoso por sua devoção intensa, humildade profunda e esplendor ao espalhar a missão do seu divino mestre. De fato, Śrīla Prabhupāda costumava se referir a ele como “um pregador de energia vulcânica”.

   
 Śrī Śrīmad Bhakti Dayita Madhāva Gosvāmī Mahārāja apareceu neste mundo no mês de Kārttika de l904, no dia do desaparecimento de Śrīla Gaurakiśora dāsa Bābājī Mahārāja, em Kanchanpada, atual Bangladesh. Ele aceitou a ordem renunciada em 1944, e estabeleceu a Śri Caitanya Gauḍīya Maṭha em 1953. 

  Uma de suas contribuições mais significativas foi restabelecer o local de aparecimento de Śrīla Bhaktissidhantha Prabhupāda em Śrī Jagannātha Purī. Esta personalidade, que era gentil e magnânima para com todos, entrou nitya līlā em 1979, no dia do desaparecimento de Śrīla Jagannātha dāsa Bābājī Mahārāja.
Śrīla Dayita  Mahārāja, Srila Puri Maharaj e Srila Narayana Maharaj
Srīla Bhaktivedānta Nārāyaa Gosvāmī Mahārāja (nov/2003) fala sobre ele:
   "Eu tive a oportunidade de associar-me diversas vezes estreitamente com o nosso reverenciado śikṣā-guru Śrī Śrīmad Bhakti Dayita Mādhava Gosvāmī Mahārāja. Ele era sereno, tolerante, grave e dotado de muitas outras qualidades próprias de um vaiṣṇava. Ele pregou a mensagem do Amor Divino de Śrī Caitanya Mahāprabhu amplamente em toda a Índia com grande vigor. A característica especial de sua pregação era que ele ensinava pelo próprio exemplo. Ele enfatizou que devemos ser mais humildes do que uma folha de grama e mais tolerantes do que uma árvore, e que devemos oferecer respeito a todos sem que esperar por respeito dos outros. 

 Sua qualidade espiritual única era que ele honrava todos os seus irmãos espirituais. Isso é verdadeiramente o ideal. Se pudermos sinceramente seguir seus ensinamentos, nosso guru-pujā será bem-sucedido."




Srinivasa Acharya: o pioneiro da distribuição de livros vaisnavas.




Srinivasa Acharya
 Chaitanya Das (pai de Srinivas) e sua querida esposa foram encontrar Sri Chaitanya Mahaprabhu em Jagannath Puri. “Em breve tua esposa irá dar a luz a um filho chamado ‘Srinivasa’,” disse o Senhor Chaitanya, “e através de Srinivasa todos os bhakti shastras de Rupa e Sanatana serão distribuídos”.

 Quando seu pai deixou este mundo, Srinivasa visitou os associados do Senhor Gauranga que restavam em Katva, Navadvipa e Jagannatha Puri. Eles abençoaram Srinivasa e lhe deram valiosas instruções para seu avanço espiritual. Vendo sua absorção em Gauranga prema, eles sabiam que ele era “uma encarnação de Gaura-shakti, a energia de Sri Gauranga Mahaprabhu”.

Gopala Bhatta Goswami 
 
  Ele veio para Vrindavana, excursionou pelas doze florestas, e tomou diksha de Gopala Bhatta Goswami. Sri Jiva Goswami ensinou-lhe a completa filosofia do Gaudiya Vaisnavismo. Reconhecendo sua vasta erudição, Sri jiva deu a Srinivasa o título de “Acharya.”
   Aceitando a ordem de Sri Jiva, Srinivasa e seus dois amigos Shyamananda Prabhu e Narottama Dasa Thakura foram os precursores do primeiro grupo da transcendental distribuição de livros.
Sri Jiva Goswami
Sri Narothama, Srinivasa e Shyamananda 

  Além de suas atividades externas de pregar e escrever, Srinivasa Acharya praticava intenso raganuga bhajana [ a adoração interna espontânea a Radha e Krishna baseada no humor e sentimentos dos eternos residentes de Sri Vrindavana dhama, tais como as gopis.] Enquanto fazia manasi seva (serviço a Radha-Krishna dentro da mente na sua forma espiritual) ele frequentemente trazia de volta destas meditações uma parafernália tangível, ao retornar à consciência externa.

   Uma vez Srinivasa sentou o Senhor Gauranga num trono cravejado de joias, dentro de sua mente. Então ele adorou o Senhor com um abano (chamara) com cabo de ouro e cinco guirlandas de flores. Satisfeito com o serviço dele, Gauranga ofereceu uma guirlanda de volta para Srinivasa, que então imediatamente acordou e saiu da meditação. Um Srinivasa surpreso encontrou a mais doce guirlanda de flores que jamais havia cheirado pendurada ao redor de seu pescoço, quando retornou à consciência externa.

Holi-lila 

 De outra feita, Srinivasa estava em seu siddha svarupa como Mani-manjari contemplando Srimati Radharani, Sri Krishna e as gopis no Holi-lila (jogando alegremente pós coloridos e tintas uns nos outros). As gopis falaram para Mani-manjari providenciar as tintas para Srimati Radharani e ficar do lado delas em sua “guerra” contra Shyama Krsna. A terra tremeu por causa da furiosa batalha deles. A meditação de Srinivasa abruptamente se rompeu. Seu corpo estava completamente coberto dos pés à cabeça com pós coloridos fragrantes nas cores do arco-íris, oriundos do mundo espiritual.

Junto com seu discípulo Ramachandra Kaviraj ocorre o seguinte passatempo:

Radharani e as manjaris
 
 Ramachandra sentou-se perto de seu Gurudeva e começou a meditar. Logo ele se tornou completamente imerso em Vraja lila e viu-se em seu svarupa como "Karuna-manjari". 

  "Karuna manjari" encontrou-se no meio de um bosque de árvores e videiras em flor, e ouviu os sons das sakhis de Radharani rindo com Krishna.  Seguindo os sons de suas risadas, ela abriu caminho para o banco do Sri Radhakunda.  Lá viu duas ou três manjaris que ficavam longe de Radha/Krishna e das sakhis, olhando com angústia para a água do kunda. Uma delas explicou: "Radharani perdeu seu anel do nariz favorito durante o jada-keli [brincadeira na água ]  Veja, sua sakhi está procurando por isso agora." 

 Karuna-manjari viu seu guru-rupa-sakhi, Mani Manjari (Srinivas Acharya Thakur) mergulhando de novo e de novo nas águas do Radhakunda em busca do anel do nariz perdido.  Karuna-manjari mergulhou na água e juntou-se à procura. Dentro de meia hora, encontrou o anel do nariz de Radharani e entregou-o a Mani Manjari.  Mani Manjari estava feliz por ele (o anel) ter sido finalmente encontrado. Ela deu o anel para Rupa Manjari, que o colocou no nariz de Radharani. 

  Rupa Manjari said to Mani-manjari, “Radharani is so pleased with your seva, she secretly gave me her chewed tambul for you. Rupa Manjari disse a Mani-manjari: "Radharani está tão satisfeita com seu serviço, que  ela secretamente me deu seu tambula mastigado para você. Take it.” Mani-manjari took a little of Radharani's prasadi tambul and gave the rest to Karuna-manjari. Pegue-o". Mani-manjari tomou um pouco da prasada tambula de Radharani e deu o resto a Karuna-manjari. Now that the nose ring was found, both Srinivasacharya and Ramachandra Kaviraj returned to external consciousness. Agora que o anel do nariz foi encontrado, tanto Srinivas Acharya quanto Ramachandra Kaviraj retornaram à consciência externa.

Samadhi de Srinivasa 
O samadhi de Srinivasa Acharya fica na Área de samadhis do Dhira Samira (Vrndavana).

Esta história é descrita no Bhakti Ratnakara, de Narahari Chakraborty Thakur.

As duas expansões de Sri Gouranga.


There were two expansions of Sri Chaitanya Mahaprabhu: The first expansion are the six Goswamis, who He entrusted to discover Vrindavan, to establish the holy worship of the Lord's deity and to give the bhakti-grantha, the Holy scriptures to protect the bhakti path.

   
Houve duas expansões de Sri Chaitanya Mahaprabhu: a primeira expansão são os seis Goswamis, que Ele confiou para descobrir Vrindavan, para estabelecer o sagrado culto a deidade do Senhor e dar o bhakti-grantha ( as Sagradas Escrituras para proteger o caminho de bhakti). 



The secondary expansion of His mission came through Srinivas Acharya, Narottam das Thakur and Syamananda prabhu, who were particularly responsible for preaching the message of Sri Chaitanya Mahaprabhu throughout India.   

 A expansão secundária de Sua missão veio através de Srinivas Acharya, Narottama das Thakur e Syamananda Prabhu, que foram particularmente responsáveis ​​por pregar a mensagem de Sri Chaitanya Mahaprabhu em toda a Índia. They formed the great spiritual sankirtan party. Eles formaram o grande grupo do espiritual de sankirtan.

Srila Narottama, Srila Srinivasa e Srila Syamananda

O desaparecimento de Srila A. C. Bhaktivedanta Swami Maharaj Prabhupada.



 





  "O que Srila Swami Maharaj fez, Srila Guru Maharaj (Srila Bhakti Raksak Sridhar Dev-Goswami) sempre contou: não é trabalho de um homem comum. Nenhum ser humano pode fazer esse trabalho que Srila Swami Maharaj fez. É minha experiência, experiência incrivelmente feliz, que vi em todos os lugares do mundo espalhado a Consciência de Krishna, todos sabem agora o Nome de Radha Krishna, o Nome de Nitai Chaitanya, Pancha Tattva. Mesmo em frente ao Kremlin, eles estão falando Hare Krishna! O mundo inteiro agora conhece Hare Krishna! Mas isto não é trabalho de um homem. A encarnação de Nityananda Prabhu pode fazê-lo. Consideramos o que Srila Guru Maharaj disse: ele (Srila Swami Maharaj Prabhupad) é um "shaktyavesa avatar" [uma encarnação emponderada por Deus], isto é, só Nityananda Prabhu pode fazer isso, distribuir Gaura Mahaprabhu, distribuir a devoção a Radha Krishna; isto não é possível pelo homem ". 

Discurso informal de Srila Bhakti Sundar Govinda Dev-Goswami Maharaj em Vrindavan, outubro de 1998.

Srila Bhakti Raksak Sridhar Dev-Goswami e
Srila Bhakti Sundar Govinda Dev-Goswami Maharaj

Srila Bhakti Raksak Sridhar Dev-Goswami e
Srila A. C. Bhaktivedanta Swami Maharaj Prabhupada


Por que comemoramos Dipavali (o Festival das Luzes) e de que modo esse dia é comemorado pelos Vrajavasis?


 Dipavali significa um momento de felicidade. Quando o Senhor Rama derrotou Ravana e chegou a Ayodhya, um grande festival Dipavali foi realizado lá. 
 Sri Vamanadeva queria enganar Bali Maharaja. Ele não o enganou; ao contrário, ele deu a Sua misericórdia, embora parecesse que Ele tivesse enganado. Quando foi oferecido a Bali Maharaja uma bênção do Senhor, ele pediu: “Sempre permaneça em minha casa”. Desta forma, o próprio Senhor foi enganado. O Senhor Vamana estava muito satisfeito, e Ele concordou em ficar lá para sempre. Devido a grande felicidade, Bali Maharaja então pediu a todos os seus associados que fizessem um grande festival Dipavali, o primeiro realizado! 
  Quando Krsna derrotou Duryodhana e voltou para Dvaraka, um Dipavali também foi comemorado lá.
  O próprio Senhor Krsna, com Mãe Yasoda, Nanda Baba e todos os outros Vrajavasis, vieram ao Manasi Ganga e celebraram este festival com suas próprias mãos. Em outras palavras, eles ofereceram dipa (uma lamparina acesa com ghee) e prestaram muitos outros serviços.
Manasi Ganga
  Dipavali também significa luz. Se não houver nenhum bhajana para Krsna, haverá escuridão, e em Consciência de Krsna há luz! A celebração tem essa função, abandonar a escuridão e trazer a luz de bhakti, da devoção pura! Esta é a real celebração. A verdadeira felicidade vem ao tocar karatalas e mrdangas. Ao ouvir isso, e se maya ouvir, se afastará imediatamente. Sri Caitanya Mahaprabhu trouxe o movimento de sankirtana a este mundo para expulsar maya. O próprio Sri Krsna e Sri Caitanya Mahaprabhu celebraram este Dipavali, e devemos tentar segui-los.

Palavras de  Srila BV Narayana Gosvami Maharaja.

 O Diwali (também conhecido por Deepavali ou Deepawali) é uma festa religiosa hindu, conhecida também como o festival das luzes. Durante o Diwali, celebrado uma vez ao ano, as pessoas estreiam roupas novas, dividem doces e lançam fogos de artifício. Este festival celebra, entre outras histórias, a destruição de Narakasura [um rei demoníaco que costumava sequestrar belas jovens e forçá-las a morar com ele] por Sri Krishna, o que converte o Diwali num evento religioso que simboliza a destruição das forças do mal.

 Muitas histórias são associadas à Diwali. O feriado é atualmente comemorado pelos hindus, sikhs e jains em todo o mundo como o festival das luzes, onde as luzes ou lâmpadas significam a vitória do bem sobre o mal dentro de cada ser humano. Diwali é comemorado no primeiro dia do mês lunar Kartika, que ocorre no mês de outubro ou novembro, sendo uma época de muita religiosidade, votos de sacrifício e introspecção.

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  O povo de Ayodhya (a capital do reino do Senhor Rama) congratulou-se com Rama fazendo iluminação em fileiras (avali) das lâmpadas (Deepa), dando assim o seu nome: Deepavali. Esta palavra, em devido tempo, se tornou Diwali em hindi.
Manasi Ganga em Govardhan








O desaparecimento de Srila Bhaktivedanta Vamana Gosvami Maharaja e Srila Bhaktivedanta Trivikrama Gosvami Maharaja.



Relato de Srila BV Narayana Maharaj no dia do desaparecimento de Srila Bhaktivedanta Vamana Gosvami Maharaja e Srila Bhaktivedanta Trivikrama Maharaja:


When I first came to the Matha (temple), both Pujyapada Vamana Maharaja and Pujyapada Trivikrama Maharaja were my siksa-gurus.  Quando cheguei ao Matha (templo), tanto Pujyapada Vamana Maharaja quanto Pujyapada Trivikrama Maharaja eram meus siksa-gurus. Especially, Srila Vamana Maharaja arranged everything for me – where to stay, how to eat and so on – and I was always sent with Pujyapada Trivikrama Maharaja for preaching and collection. Especialmente, Srila Vamana Maharaja arranjou tudo para mim - onde ficar, como comer e assim por diante - e sempre fui enviado com Pujyapada Trivikrama Maharaja para pregar, eHe taught me how to do kirtana.le também me ensinou como fazer  kirtana.

 I spent much time with Pujyapada Trivikrama Maharaja. After my Gurudeva's disappearance, the Gaudiya Vedanta Samiti continued in a nice way for 36 years. Após o desaparecimento do meu Gurudeva [Srila Bhaktiprajnana Kesava Maharaja], a Gaudiya Vedanta Samiti continuou de uma forma agradável por 36 anos. Nós três - Srila Trivikrama Maharaja, Srila Vamana Maharaja e eu - estávamos juntos e não havia interesse próprio. Por que a Gaudiya Vedanta Samiti era bem sucedida? Srila Trivikrama Maharaja era niskama - ele não tinha interesse por dinheiro, discípulos, nome e fama. Pujyapada Srila Vamana Maharaja era muito humilde, sempre mostrando grande respeito aos outros e era muito grave.

  Embora Srila Vamana Maharaja fosse o acarya e tudo estava dentro de seu poder, se um discípulo viesse e lhe fizesse perguntas sobre administração ou pontos de queixa, Srila Vamana Maharaja diria: "Eu não sei de nada. Você deveria ir falar com Srila Narayana Maharaja".

  Todos os discípulos trabalharam cooperativamente e mantiveram a cabeça baixa quando Srila Vamana Maharaja e Srila Trivikrama Maharaja estavam presentes. Em 15 de novembro, no mesmo dia em que Srila Trivikrama Maharaja deixou o mundo [2002] dois anos antes, Srila Bhaktivedanta Vamana Gosvami Maharaja partiu à meia-noite, durante a nisa-lila de Sri Krsna (passatempo da meia-noite). Assim que desapareceram, no entanto, alguns meninos levantaram a cabeça e começaram a causar perturbações.

   No dia do desaparecimento desses dois maha-purusas, eu ofereço milhões de reverências e puspanjali aos seus pés. Rezo para que possam conceder misericórdia sobre mim e sobre todos nós. 


Srila Narayana Maharaj sobre Srila Vamana Maharaja:

Srila Vamana Maharaja,

  Recebeu esse nome no momento de tomar sannyasa de Srila Bhaktiprajnana Kesava Gosvami Maharaja. "Vama" significa "contrário" e "na" significa "não". Srila Bhaktiprajnana Kesava Gosvami Maharaja estava honrando seu novo discípulo sannyasa por ser o discípulo perfeito; não tendo absolutamente nenhum humor contrário ao seu Gurudeva, mas sim, sendo completamente submisso. 
  Seu tio paterno era um dos primeiros discípulos de Srila Bhaktisiddhanta Prabhupada, Sripad Nrsimha Maharaja. Sua mãe também era discípula de Srila Prabhupada, e ela era muito rigorosa; ela mesmo disciplinaria seu marido. Se seu marido estivesse comendo alimentos proibidos, ela não permitiria que ele entrasse na casa e ela disciplinou as crianças da mesma maneira. Srila Vamana Maharaja era o mais velho de seus quatro filhos, e ela estava muito preocupada com o fato de ele ser influenciado por seu pai. Então, quando ele tinha apenas nove anos de idade, ela o levou ao matha de Srila Prabhupada em Mayapura, onde Nrsimha Maharaja já residia. Quando chegaram lá, Srila Nrsimha Maharaja os conduziu a nosso Gurudeva, Srila Bhakti Prajnana Kesava Maharaja, que era o comandante do templo naquele momento. 

 Residindo no matha desde aquele dia, Srila Vamana Maharaja recebeu a iniciação de Harinama diretamente de Prabhupada e permaneceu naistika-brahmacari ao longo da vida.



 Depois de algum tempo, Srila Prabhupada partiu deste mundo e, em seguida, o nosso Guru Maharaja estabeleceu o Gaudiya Vedanta Samiti em 1943. Eu ingressei na missão em 1946, e naquele momento eu vi como Srila Vamana Maharaja estava fazendo tudo: escrever cartas, gerenciar o templo , cozinhar e viajar para a pregação. Juntamente com Srila Trivikrama Maharaja, nós três recebemos sannyasa de Guru Maharaja em Gaura-purnima, em 1954. Uma vez, quando fomos para Assam para pregar, Gurudeva declarou corajosamente que as bocas das pessoas que comiam carne e peixe eram como os drenos dos esgotos. 

 Uma das seitas lá, que estava praticamente preparada para nos apedrejar, desafiou-nos dizendo: "Você diz que Sri Caitanya Mahaprabhu é o próprio Bhagavan, mas que evidência existe sobre isso?" Guru Maharaja virou-se para Srila Vamana Maharaja e disse: "Fale". Então Srila Vamana Maharaja recitou cinquenta slokas um após o outro de diferentes escrituras como evidência, e essas pessoas foram silenciadas.

 Ele era um grande estudioso e uma pessoa muito doce também. Ele refutava os equívocos dos outros, mas fazia isso de tal maneira que os sentimentos dos mesmos não eram prejudicados. 


Srila Narayana Maharaj sobre Srila Trivikrama Maharaja




 Quando ingressei na Matha, Parama-pujyapada Srila Trivikrama Maharaja expressava-me ainda mais afeto familiar do que Srila Vamana Maharaja. Nosso Guru Maharaja me colocou em suas mãos, e nos tornamos muito próximos. 

 Foi Srila Trivikrama Maharaja que me ensinou a praticar kirtana, como pregar, e coletar doações. Às vezes, de uma forma muito carinhosa, ele também me repreendia. Durante todos os anos em que passei com Guru Maharaja nunca fui repreendido por ele, mas com muito amor e carinho, Srila Trivikrama Maharaja costumava fazê-lo. Tínhamos uma ligação tão estreita que às vezes, nossas discussões eram bem acaloradas. Eu gostava de contrariar os seus argumentos e ele de contrariar os meus, e nosso Guru Maharaja gentilmente me apoiava, ficando do meu lado. 


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 Quando comecei a pregar no Ocidente, a escrever e traduzir livros lá, eu escrevia para Parama-pujyapada Srila Vamana Maharaja, Srila Trivikrama Maharaja, Srila Pariyataka Maharaja, e outros para me aconselhar – porque eles são pregadores muito qualificados. Srila Trivikrama Maharaja respondia as minhas cartas rapidamente. Ele me incentivava e me inspirava a escrever mais livros e pregar por todo o mundo. Eu não sou capaz de esquecê-lo.


 Uma vez, enquanto ele estava envolvido em falar em um programa numa casa em sua aldeia, um grande grupo de parentes e outros estranhos entraram na casa do anfitrião de Srila Trivikrama Maharaja e exigiram que ele entregasse o palestrante. Eles queriam que ele voltasse para sua antiga associação familiar materialista, e ameaçaram levá-lo pela força. O anfitrião imediatamente pegou uma vara em uma mão e uma faca de corte de coco na outra. Enquanto ele os rodeava, ele disse com voz e coragem: "Eu quero ver o chefe de alguém que tentará levar Srila Trivikrama Maharaja. Eu quero ver quem tem uma cabeça em seu corpo”. O anfitrião estava sozinho, e os parentes eram muitos e podiam atacá-lo. Em vez disso, todos ficaram com medo e fugiram imediatamente. Isso mostrou que Krsna estava protegendo Srila Trivikrama Maharaja. Ele protege Seu querido devoto que se entregou a Ele.

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Os três pilares da Gaudiya Vedanta Samiti

Sri Rasikananda Deva Goswami: o exemplo da busca pelo guru.

Sri Rasikananda
  Rasikananda Deva Goswami nasceu em 1512 da era Saka (1590 dC) na aldeia de Rohini ou Rayni, no distrito de Midnapore. Seu nome era Rasika Murari Patniak. O nome de seu pai era Raja Achyutananda e sua mãe, Bhavani Devi. Raja Achyutananda era um Orissan da casta Karana, o equivalente a Kayasthas em Bengala. Um Vaishnava está além das qualidades materiais e não deve ser julgado em termos de suas origens de casta. Achyutananda e Rasikananda nasceram na casta Karana para abençoá-la.

 Podemos assumir que Rasikananda é uma manjari em Krishna lila. Embora seu mestre espiritual Shyamananda tenha sido iniciado por Hriday Chaitanya Goswami, que adorou o Senhor no humor de amizade, mais tarde se abrigou no humor conjugal devido à associação dos devotos Vrajavasis liderados por Jiva Goswami. Shyamananda iniciou assim Rasikananda no culto a Radha e Krishna.

Shyamananda Prabhu
 Ele estava ansioso para encontrar um mestre espiritual que pudesse dar orientação sobre o caminho místico. Um dia, enquanto estava em Ghantashila, ele foi a um lugar solitário para meditar. Acabou de entrar em um transe muito profundo quando ouviu uma voz de uma fonte invisível dizer: "Murari! Você precisa estar mais ansioso. Seu guru é Shyamananda e você vai encontrá-lo aqui muito em breve. Abrigue-se nele e sua vida será bem sucedida”.

 Ao ouvir a mensagem divina, Murari começou a cantar o nome de Shyamananda em suas contas com entusiasmo alegre. Ele passou toda a noite chorando por ansiosa expectativa para conhecer seu guru, até que, finalmente, no final da noite, ele teve uma visão em sonho de Shyamananda Prabhu, que lhe disse: "Não se preocupe mais, pois você vai me encontrar neste mesmo dia”.
 Ao amanhecer, Rasika Murari estava à procura de seu guru, quando viu a figura alta de  Shyamananda, tão resplandecente quanto o sol, Rasikananda se aproximou dele. Rodeado por discípulos como Kishor Das, ele estava dançando em um estado de absorção no amor divino enquanto cantava os nomes de Nityananda e Chaitanya. Rasika Murari estava ansioso por encontrar seu guru e imediatamente caiu a seus pés. Shyamananda o abraçou carinhosamente. Então, depois ele lhe deu o mantra Radha-Krishna.  Toda essa história demonstra como podemos encontrar um guru através de orações sinceras.

 Shyamananda - parivar
 Shyamananda investiu Rasikananda com tal poder espiritual que ele conseguiu converter muitos criminosos, ateus, muçulmanos e outras almas espirituais caídas no caminho da devoção, concedendo a joia de prema sobre todos eles.

 Em uma ocasião, um muçulmano perverso tentou silenciar Rasika Murari fazendo-o ser atacado por um elefante louco, mas Rasikananda conseguiu transformar o elefante em discípulo e envolvê-lo no serviço a Vishnu e Vaishnavas. Todos os que testemunharam esse evento incrível foram surpreendidos com o poder espiritual de Rasika Murari e o zamindar (latifundiário) muçulmano maligno veio e se rendeu a ele.
Os pés de lótus de Sri Rasikananda

 Ele converteu seres vivos ilimitados sem qualquer consideração de sua casta ou origem religiosa. Rasikananda permaneceu inebriado constantemente em Harinam sankirtana. O Prema-vilasa corrobora isto no capítulo 19: "Ele converteu muitos criminosos e muçulmanos".

 O Raja de Mayurbhanj, Orissan, Vaidyanath Bhanj, também foi atraído pelo poder transcendental de Rasikananda e se tornou seu discípulo. Ele escreveu uma série de trabalhos, incluindo Syamananda-staka, Bhakta-Bhagavatastaka e Kunjakeli-dvadasak.

Rasikananda
 Shri Rasikanand Prabhu foi um erudito eminente, músico e um flautista perfeito. De acordo com muitos granthas (livros sagrados), ele era a encarnação de Shri Anirudha e a encarnação emocional de Shri Shriwaas Pandit, o mais querido servo de Shri Chaitanya Mahaprabhu.

 Dizem que, antes de seu desaparecimento em 1652, ele foi com sete de seus discípulos para uma aldeia chamada Bansdaha, perto de Jaleswar. Mahaprabhu passou pela aldeia quando viajava para Puri com Nityananda. (Chaitanya Bhagavata 3.2.263-4).

As deidades do Templo
 Rasikananda e seu grupo caminharam de lá para Remuna, cantando kirtan em todo o caminho. Quando chegaram ao pátio do famoso templo de Khirchora Gopinath, Rasikananda de repente juntou-se ao corpo da deidade de Gopinath. Seus discípulos também deixaram seus corpos no mesmo lugar. O samadhi de Rasika Murari e os de seus sete associados ainda são mantidos no pátio desse templo.
O Templo Kheer-Chora Gopinath em Remuna
As pegadas de Rasikananda Prabhu

Relato deSrila Bhakti Ballabh Tirtha Maharaja